Os líderes das principais religiões denunciam: Seria uma prática desumana.
Roma, 13 de Novembro de 2013
Os líderes cristãos, muçulmanos e judeus da Bélgica,
emitiram uma declaração conjunta quarta-feira passada, 9 de Novembro,
opondo-se à legalização da eutanásia para menores que tenham doenças
incuráveis, uma norma que poderia ser aprovada depois de quase dois anos
de debate no Senado. “A eutanásia das pessoas mais frágeis é desumana e
destrói os fundamentos da nossa sociedade”, denunciam. “É uma negação
da dignidade destas pessoas e as deixa à mercê, ou seja, à
arbitrariedade de quem decide”, acrescentam.
Em nota, divulgada pela agência Cathobel, os líderes religiosos
destacam também que estão “contra o sofrimento físico e moral,
especialmente das crianças”, mas explicam que “propor que os menores
possam eleger a sua própria morte é um modo de falsificar a sua
faculdade de julgar e por tanto a sua liberdade”. “Expressamos nossa
grande preocupação diante do risco da banalização crescente de uma
realidade tão grave”, concluem.
Por sua parte, o presidente da Conferência Episcopal e Arcebispo de
Malinas-Bruxelas, Mons. André-Joseph Léonard, reconheceu em diversas
ocasiões que "é estranho que as crianças não possam tomar decisões em
muitas áreas importantes da vida, como, por exemplo, o matrimónio, mas
possam dar-se dar ao luxo de tomar uma decisão sobre a sua morte".
Trata-se da “decisão mais grave que poderia ser tomada com relação a
eles”, concluiu.
.
A possível legalização da eutanásia para crianças que sofrem de
doenças incuráveis está sendo discutido há quase dois anos no Senado.
Se a lei for aprovada, a Bélgica vai se tornar em um dos primeiros
países a legalizar esta prática. Desta forma se ampliaria a lei da
eutanásia para maiores de idade ou menor emancipado (a partir dos 15
anos), capaz, com prognósticos de doença irreversível, que tivesse um
sofrimento físico ou psíquico constante e insuportável ou uma doença
grave incurável..
A reforma, que é promovida pelos socialistas belgas e apoiada por
vários grupos políticos, com excepção do partido flamenco Vlaams Belang e
dos democratas-cristãos, tem importância principalmente porque se
tornaria na mais permissiva, já que a de outros países como Holanda
deixa a decisão nas mãos do menor entre 16 e 18 anos e exige o
consentimento paterno para casos entre os 12 e os 16.
No caso belga a condição seria que o menor tenha “capacidade de
discernimento”, algo que terá que ser validado pelo médico que cuide do
caso e por um psiquiatra infantil.
A eutanásia na Europa está legalizada em Luxemburgo, Suíça, Bélgica e
Holanda, onde o número de solicitações de eutanásia e suicídio
assistido aumentou em 13 % no ano de 2012. No total, a Holanda chegou a
ter 4.188 solicitantes este ano, de acordo com um informe dos comités
sanitários regionais encarregados de avaliar estes procedimentos no
país.
Mais informações: http://info.catho.be/2013/11/06/communique-des-chefs-religieux-en-belgique-au-sujet-de-leuthanasie/
in
Sem comentários:
Enviar um comentário