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terça-feira, 4 de junho de 2013

XXV Encontro Nacional da Pastoral da Saúde


Fátima – Centro Pastoral Paulo VI, 28 a 31 de Maio de 2013

CONCLUSÕES

1. É missão da Igreja cuidar do homem todo e de todos os homens. O cuidado integral da pessoa exige, para além dos apoios espirituais a dar, a ajuda material de que a pessoa necessita. Dentro deste princípio, compreende-se que a acção pastoral deve supor as ajudas materiais a que a pessoa tem direito. Isto implica a relação permanente entre Pastoral Social e Pastoral da Saúde.

2. O aumento do número de pessoas idosas obriga a uma especial atenção da parte das comunidades cristãs. Há muito que estão votados à solidão, no isolamento das suas casas ou no ambiente por vezes pouco humano de lares e residências espalhados pelo país. Não se pode ficar indiferente a esta situação, devendo promover-se um acompanhamento eficaz que poderá facilitar um envelhecimento activo.

3. A profunda crise sócio económica, vivida em Portugal nos últimos anos, afecta gravemente a vida e a saúde das populações. Razões diversas tornam mais difícil o acesso aos cuidados de saúde: a distância a que ficam, para alguns, as unidades de saúde, o aumento generalizado das taxas moderadoras, a multiplicação de exames complementares de diagnóstico, as listas de espera e tantas outras coisas que dificultam os cuidados a ter com as pessoas doentes.

4. A Igreja vive um tempo de profunda renovação. Com a eleição do Papa Francisco, neste Ano da Fé e com o 50° aniversário do Vaticano II, a pastoral da Igreja tem o dever de renovar as suas estruturas e, com criatividade, descobrir novas formas de responder aos grandes apelos do mundo. Também a Pastoral da Saúde pode renovar-se, com a descoberta de novas estruturas, novos métodos e novas expressões, de harmonia com o último documento da Conferência Episcopal Portuguesa "Promover a Renovação da Pastoral da Igreja em Portugal".

É por isto que o 25°. Encontro Nacional da Pastoral da Saúde deve abrir um novo ciclo, uma vez que foi já em 1985 que se iniciou este trabalho, então inovador, e que agora merece novas iniciativas pastorais.

Tendo em consideração todas estas circunstâncias, os participantes deste 25°. Encontro Nacional da Pastoral da Saúde assumem como decisões:

1.º Dar colaboração efectiva a todas as iniciativas lançadas pelo Ministério da Saúde ou por outras instituições, para garantir mais e melhor saúde das populações

− Nas dádivas gratuitas de sangue, apoiando os grupos de dadores, em cada zona do país.

− Na  formação  das  pessoas  para  proteger  crianças  e  idosos,  das  condições climatéricas adversas, quer no frio, quer no calor.

− No apoio a todos os programas de prevenção de epidemias, quando lançados pela Direcção Geral da Saúde.

2.º Procurar estabelecer relações estruturais entre a Pastoral da Saúde e a Pastoral Familiar, a Pastoral Juvenil e a Pastoral Social, uma vez que, em todas estas áreas, a saúde é um valor a proteger, a promover e a recuperar.

− Na Pastoral Familiar é fundamental apoiar a natalidade, com uma regulação eficaz dos nascimentos, contrariando as quebras violentas que estão a envelhecer o país.

− Na Pastoral Juvenil é indispensável a educação dos comportamentos, sobretudo ao nível de consumos, da alimentação e do exercício da sexualidade.

− Na Pastoral Social, é urgente cuidar do homem todo, o que supõe o apoio na sua vida espiritual, mas também na sua vida física, na sócio-económica, na sua sustentação e meios de desenvolvimento.

3.º Desenvolver sempre mais a presença da Igreja nos hospitais e clínicas, através de um cada vez mais eficaz Serviço de Assistência Espiritual e Religiosa nos hospitais, com especial atenção:

− À formação dos Assistentes Espirituais e Religiosos;

− Ao diálogo ecuménico e cooperação com todas as religiões;

− A uma maior consciência de co-responsabilidade eclesial onde médicos, enfermeiros, pessoal auxiliar, contribuam para um ambiente de acompanhamento humano e espiritual;

− À relação do Serviço de Assistência Religiosa com as Comunidades Paroquiais da zona em que o hospital está implantado;

− À presença dos Capelães Hospitalares nos serviços de humanização e de reflexão ética de cada hospital.

4.º Contribuir para a formação e desenvolvimento do voluntariado social e do voluntariado pastoral que são complementares. Para tal:

− Lançar cursos de formação de base para o acompanhamento das pessoas doentes;

− Criar cursos de especialização na “relação de ajuda”;

− Introduzir a temática do acompanhamento do doente em fase terminal, através de um compromisso activo e empenhado com os Cuidados Paliativos.

5.º Lançar as bases da profunda renovação da Comissão Nacional da Pastoral da Saúde e das suas congéneres diocesanas.

Para isso:

− Propor à Comissão Episcopal da Pastoral Social uma solução de continuidade, com novos corpos dirigentes na coordenação nacional.

− Procurar, logo depois, dar novas estruturas, com um Plano de Acção com iniciativas concretas que testemunhem a solicitude da Igreja local por todas as pessoas com doença.

− Garantir as normais relações de trabalho com as instituições com que se trabalhou nos últimos anos.

Em comunhão profunda com Sua Santidade o Papa Francisco, neste tempo de renovação da Igreja e em união com o Bispo de cada Diocese, estes profissionais de saúde e voluntários comprometem-se a colocar a Igreja, presente e actuante, no difícil mundo da saúde.

Fátima, 31 de Maio de 2013.


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