Entrevista com Liana Marabini, presidente do evento que acontece em Roma de 24 a 26 de Junho, este ano dedicado a Kateri Tekakwitha, primeira santa pele vermelha americana
Roma, 18 de Junho de 2013
Um festival de cinema único, independente, internacional,
cujo objectivo é "utilizar o cinema como um poderoso meio de
evangelização", para citar as palavras de Liana Marabini, fundadora da
Mirabile Dictu - International Catholic Film Festival.
Acontece de 24 a 26 de Junho no Auditório da Conciliação, em Roma, o
festival que este ano é dedicado a Kateri Tekakwitha, a primeira de
Santa ‘pele vermelha’ declarada venerável pelo Papa Pio XII em 1943 e
beatificada por João Paulo II em 1980 e, finalmente, canonizada por
Bento XVI em 21 de outubro de 2012. Será premiado o filme de Matt
Gallagher sobre sua vida (In Her footsteps: The story of Kateri Tekakwitha) e está previsto para novembro um evento paralelo ao Festival, intitulado Os Santos e seus milagres: Kateri Tekakwitha.
Por que dedicar o evento a esta figura importante do catolicismo
norte-americano? "A escolha é devido a minha devoção pessoal ao Santo",
disse à ZENIT Liana Marabini, presidente do Festival. "Eu a conheci
quando foi canonizada e comecei a ler a história. Quanto mais eu lia,
mais me fascinava".
Na verdade, a história de sua vida é muito particular. Órfã com
apenas quatro anos, Kateri foi marcada desde pequena pela mesma doença
que levou à morte toda a sua família: catapora, da qual apresenta sinais
visíveis e que quase a levou a cegueira. Chegando a idade de se casar,
expressa o desejo de preservar a sua virgindade, porque sente uma
vocação diferente do matrimonio, mesmo ainda não sabendo do que se
trata. "Os padres jesuítas", diz Marabini "tinham uma missão não muito
longe de sua tribo e perceberam o potencial espiritual dessa criança".
Padre Jacques de Lamberville a baptiza após seis meses de catequese e
no ano seguinte, em 1676, torna-se religiosa e vai para a missão jesuíta
de São Francisco Xavier, La Prairie. Morre com apenas 24 anos e sua
face, após a morte, se enche de luz. A ela foi atribuída a cura, em
2006, de uma criança que sofria de necrose da face, uma doença muito
rara. "Eu gosto muito das figuras dos santos que curam, como Hildegard
Von Bingen, cujos livros sobre o poder médico de certas plantas é
extremamente actual".
Voltando ao Festival, o tema dos filmes seleccionados este ano é a fé,
quase uma homenagem ao Ano da Fé, mas, como confirmado pela fundadora,
"foi uma coincidência. Na penúltima selecção ficam 20-25 filmes por
categoria e já nessa fase percebeu-se que quase todos os trabalhos
falavam de fé. Incrível".
in
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