O episcopado pede que os representantes públicos "defendam o direito igual e inviolável de todos os seres humanos à vida
Roma, 25 de Junho de 2013
Os bispos irlandeses se mobilizam contra a legalização do
aborto: "A vida humana deve ser respeitada e protegida de forma absoluta
desde o momento da concepção". Em declaração publicada a favor da vida,
eles afirmam que "o Evangelho da vida está no centro da mensagem de
Jesus, que veio para que tenhamos vida e vida em abundância (Jo 10,10). O
Evangelho nos desafia a trabalhar por um mundo em que sejam respeitadas
a dignidade e a beleza de cada vida humana".
O texto lembra que "o direito à vida é fundamental em comparação
com todos os demais direitos, porque é o fundamento de todos eles.
Nenhum indivíduo tem direito a destruir a vida e nenhum Estado tem o
direito de vulnerar o direito à vida".
O governo da Irlanda vem propondo uma legislação sobre o aborto que
acarreta uma mudança profunda na cultura da prática médica irlandesa.
Pela primeira vez, a legislação do país permite a eliminação deliberada e
intencional de uma criança não nascida. "É radical. Todos os cidadãos,
não só as pessoas de fé, têm que ficar muito preocupados", advertem os
bispos, que também valorizam, na declaração escrita, o papel dos
profissionais da saúde, que ajudaram a fazer da Irlanda um dos países
mais seguros do mundo para as mães e para os seus bebés durante a
gestação.
O projecto de lei do governo de Enda Kenny permite a prática do aborto
para mulheres cuja vida corra perigo ou que sejam propensas ao
suicídio. A proposta gerou protestos massivos nas últimas semanas. "A
legalização da destruição directa e intencional da vida de um bebé antes
de nascer não pode ser descrita como salvação de vidas", afirma o
comunicado episcopal.
Sobre a proposta desta lei, os bispos afirmam que, "conforme
aprendemos de outros países, esta legislação abre a porta para uma
disponibilidade cada vez mais ampla do aborto".
Mencionando a liberdade de consciência, os bispos irlandeses
acrescentam que esta "é um direito humano fundamental. Um Estado que
respeita a liberdade também respeita a consciência dos seus cidadãos,
incluindo os seus representantes públicos, num valor humano tão
importante como o direito à vida".
“Fazemos um apelo aos cidadãos para exercerem o seu direito de
manifestar as suas opiniões aos nossos representantes públicos e não
deixarem nenhuma dúvida sobre a sua posição a este respeito”.
O episcopado pede que os representantes públicos "defendam o direito
igual e inviolável de todos os seres humanos à vida, mesmo que isto
signifique posicionar-se acima de outras pressões e compromissos de
partido".
Os bispos também convidam os sacerdotes e os fieis a rezarem a prece
“Escolher a vida”, na missa e em casa, para que a dignidade e o valor de
toda vida humana continuem sendo defendidos no país.
O texto voltará à Câmara Baixa do parlamento irlandês no próximo dia
11 de Julho para ser votado, explica Reilly, ministro irlandês da saúde.
Actualmente, o aborto na Irlanda é ilegal, excepto em caso de risco de vida da mãe.
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