Audiência com parlamentares franceses do Grupo de Amizade França-Santa Sé: o papa exorta os políticos a melhorar a vida dos cidadãos
Roma, 17 de Junho de 2013
"O princípio da laicidade que rege as relações entre o
Estado francês e as várias denominações religiosas não deve significar
em si uma hostilidade à realidade religiosa, nem a exclusão das
religiões do campo social e dos debates que o animam", afirmou o papa
Francisco na audiência desta manhã, na Sala Clementina, em que recebeu
uma delegação de parlamentares franceses do Grupo de Amizade
França-Santa Sé.
Um encontro, disse o papa, que é uma oportunidade para ressaltar
"as relações de confiança que existem geralmente na França entre os
responsáveis pela vida pública e os da Igreja Católica, tanto
nacionalmente como nos âmbitos regionais e locais".
No tocante ao debate histórico sobre a relação entre a Igreja e o
Estado, o papa declarou: "Podemos nos alegrar com o fato de que a
sociedade francesa esteja redescobrindo as propostas feitas pela Igreja,
que, entre outras, oferecem uma certa visão da pessoa e da sua
dignidade tendo em vista o bem comum". A Igreja "deseja oferecer uma
contribuição específica sobre questões profundas, que envolvem uma visão
mais completa da pessoa e do seu destino, da sociedade e do seu
destino". Uma contribuição, enfatizou Francisco, que não se limita
apenas ao âmbito antropológico ou social, mas que também se volta ao
âmbito político, económico e cultural.
"É dever de vocês", afirmou o pontífice, "contribuir de forma eficaz e
constante para melhorar a vida dos seus concidadãos, que vocês conhecem
particularmente através dos seus inúmeros contactos locais, contactos que
tornam vocês sensíveis às suas reais necessidades". Acima de tudo,
ressaltou, “vocês foram eleitos por uma nação à qual os olhos do mundo
se voltam com frequência”.
A tarefa de quem faz política, observou o papa Francisco, é
"certamente técnica e jurídica, e consiste em propor leis, emendá-las ou
mesmo suprimi-las". No entanto, acrescentou, "também é necessário
incutir nelas um complemento, um ‘espírito’, uma ‘alma’, eu diria, que
não reflecte apenas as modalidades e as ideias do momento, mas que lhes
confere a qualidade indispensável que eleva e enobrece a pessoa humana".
Antes de dar a bênção final, o papa fez aos parlamentares um caloroso
encorajamento a "continuar a sua missão procurando sempre o bem da
pessoa e promovendo a fraternidade no seu belo país".
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