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domingo, 30 de junho de 2013

São José adicionado aos cânones: termina uma espera de 50 anos

Entrevista com o pe. Tarcisio Stramare, OSJ, director do Movimento Josefino


Roma, 28 de Junho de 2013


Há poucos dias, o papa Francisco deu ao mundo a alegria de ter o nome de São José, o esposo de Maria, mencionado em três das orações eucarísticas da missa do rito romano, tal como proposto pela Congregação para o Culto Divino e para a Disciplina dos Sacramentos.

Para aprofundar o conteúdo desta decisão, ZENIT entrevistou o pe. Tarcisio Stramare, dos Oblatos de São José, director em Roma do Movimento Josefino, instituição que estuda e medita sobre a figura salvífica de São José, muitas vezes não compreendido a contento pelos estudos catequéticos e teológicos.

Pe. Tarcisio, como você recebeu esta nova determinação do papa Francisco?
Pe. Tarcisio: Para ser honesto, eu a recebi como um ato que era "devido" e estou grato ao papa Francisco por esta decisão.Levando em conta que João XXIII tinha determinado inserir o nome de São José no cânone romano, que era então o "único" cânone, parecia lógico que quaisquer outros cânones seguissem a mesma regra.

O que o papa quer nos dizer com esta decisão?
Pe. Tarcisio: Eu acho o papa Francisco quis encerrar uma espera que já durava mais de 50 anos.

Por que essa referência explícita às orações II, III e IV do cânone romano?
Pe. Tarcisio: Provavelmente por causa da terceira edição típica do Missal Romano. O silêncio sobre "outros" cânones, existentes ou futuros, sugere uma interpretação diferente.

Era necessária uma intervenção assim?
Pe. Tarcisio: O texto do decreto especifica as razões da inclusão. Além da santidade de São José, é mostrado em especial o seu papel no plano da salvação: o cuidado paterno de Jesus, o status de "chefe da família de Jesus", o cuidado carinhoso da Mãe do Filho, o compromisso com a educação deJesus Cristo, a protecção da Igreja.

O papa destacou a condição de São José como marido. Por quê?
Pe. Tarcisio: Porque o título de "esposo" é essencial tanto para honrar a maternidade de Maria quanto, em particular, para garantir a ascendência davídica de Jesus, que é necessária para o título de "Cristo", conforme ensinado pelo evangelista Mateus.

Portanto, sem São José...
Pe. Tarcisio: Sem São José, também não haveria "Sagrada Família", nem "mistério salvífico", que coloca São José junto com Maria na ordem da união hipostática! A exortação apostólica do papa João Paulo II é explícita a esse respeito. A pastoral da família precisa urgentemente aprofundar esta doutrina.

Você acha que haverá um crescimento na devoção e no culto de São José, agora?
Pe. Tarcisio: A devoção do povo cristão a São José sempre existiu e está bem estabelecida, como é expressamente reconhecido no decreto. A liturgia e os documentos do magistério honram convenientemente São José. O que está faltando é o apoio dos teólogos e dos catequistas, que continuam a considerar irrelevante o papel de São José no mistério da Encarnação. 



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