Observador permanente da Santa Sé perante as Nações Unidas fala sobre o comércio de pessoas
Cidade do Vaticano, 20 de Maio de 2013
A urgência de renovar o compromisso comum contra a imoral
prática do tráfico de seres humano foi destacada em um twitt da
Secretaria de Estado do Vaticano (@Terza Loggia), que recorda o discurso
do arcebispo Francis Chullikatt, observador permanente da Santa Sé
perante as Nações Unidas, pronunciado no encontro de cúpula que
aconteceu em Nova Iorque de 13 a 14 de maio, durante a Assembleia Geral
da ONU que tratou do plano global de acção para combater o tráfico de
seres humanos. Uma prática esta, ressalta Chullikat, que deve ser
condenada “em uníssono”.
O arcebispo explica que o plano global de acção proporcionou às
Nações Unidas um recurso para trabalhar com parcerias a fim de combater
todas as formas de tráfico de seres humanos, que é uma das questões que
mais preocupam a comunidade internacional. No entanto, esse esforço
precisa ser apoiado com acções concretas para garantir que as vítimas
sejam libertadas desta “repugnante forma de escravidão contemporânea”:
vítimas que precisam receber a garantia da necessária ajuda para
reconstruir a própria existência.
O representante da Santa Sé reforça o fato de que a mobilidade das
pessoas entre as fronteiras nacionais é uma experiência humana que afecta
todos os países e regiões do mundo. É uma realidade que apresenta
oportunidades para promover uma compreensão maior entre os povos e para
melhorar o bem-estar social e económico dos emigrantes e das suas
famílias.
O arcebispo destaca, no entanto, que, para muitos deles, a realidade
da migração nem sequer é uma questão de livre escolha: ela se
transformou em necessidade. E este desespero dá aos traficantes de seres
humanos a oportunidade de explorar os emigrantes. Agindo assim, eles
contribuíram para fazer do tráfico de seres humanos uma das actividades
criminosas de crescimento mais rápido no mundo de hoje.
É um fenómeno que constitui “um crime vergonhoso” contra a dignidade
humana e uma grave violação dos direitos humanos fundamentais. O esforço
para extirpar esse crime corre o risco de ser inútil se “faltar a
coragem” de enfrentar a obscura realidade do consumismo, que alimenta a
exploração dos mais vulneráveis. Impõe-se, portanto, a exigência de
erradicar a pobreza, porque ela acaba abrindo as portas para a exclusão e
para a exploração, concluiu o representante da Santa Sé.
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