Certezas de Francisco manifestadas na missa diária
Cidade do Vaticano, 20 de Maio de 2013
Uma oração valente, humilde e forte consegue milagres: esta é
a ideia principal que o papa apresentou na manhã de hoje, durante a
missa celebrada na Casa Santa Marta. Participaram alguns funcionários da
Rádio Vaticano, acompanhados pelo director, o pe. Federico Lombardi, SJ.
A liturgia do dia apresenta a passagem do evangelho em que os
discípulos não conseguem curar uma criança. O próprio Jesus precisa
intervir e se queixa da falta de fé dos presentes. Ao pai do menino, que
pede ajuda, ele responde que "tudo é possível para aquele que crê".
Conforme o relato da Rádio Vaticano, Francisco ensinou que também os
que querem amar Jesus acabam muitas vezes não se arriscando muito na fé,
nem se confiando totalmente a Ele: "Mas por que essa falta de fé? Eu
acredito que é o coração que não se abre, o coração fechado, o coração
que quer ter tudo sob controle".
É um coração, portanto, que “não passa o controle para Jesus”, disse o
papa. E quando os discípulos perguntam a Cristo por que não conseguiram
curar o jovem, o Senhor diz que aquela "espécie de demónios não pode
ser expulsa de nenhum jeito, a não ser pela oração".
"Todos nós temos um pouco de incredulidade no nosso interior". É
necessária “uma oração forte, e esta oração humilde e forte faz com que
Jesus consiga realizar o milagre. A oração para pedir um milagre, “para
pedir uma acção extraordinária”, continua o papa, “deve ser uma oração
que envolve, que envolve a nós todos”.
Francisco narrou então um incidente acontecido na Argentina: uma
menina de sete anos adoece e os médicos lhe dão poucas horas de vida.
Seu pai, um electricista, um "homem de fé", “fica louco” e, nessa
loucura, pega um ónibus até o santuário mariano de Luján, a setenta quilómetros de distância: "Ele chegou depois das nove da noite, quando
já estava tudo fechado. E começou a rezar a Nossa Senhora, com as mãos
apoiadas na cerca de ferro. E ele orava e orava, enquanto chorava e
chorava... E ficou lá durante a noite toda, assim. Mas aquele homem
estava lutando: ele lutava com Deus, lutava de verdade com Deus para
conseguir a cura da sua filha. Depois, depois das seis da manhã, ele foi
para a rodoviária, pegou o ónibus e chegou em casa, e foi para o
hospital às nove da manhã, mais ou menos. E encontrou a esposa chorando.
Ele pensou no pior. ‘Mas o que aconteceu? Não estou entendendo, não
estou entendendo! O que foi?’. ‘É que os médicos vieram e me disseram
que a febre desapareceu, que ela está respirando bem, que ela não tem
mais nada!’, disse a mulher. ‘Ela vai ficar internada mais dois dias,
mas eu não entendo o que aconteceu!’. Isso ainda acontece, viram só?
Existem milagres!", afirmou o papa.
Mas é preciso orar com o coração: "Uma oração valente, que luta para
conseguir tal milagre; não essas orações gentis: 'Ah, eu vou rezar por
você', e recito um pai-nosso, uma ave-maria e depois me esqueço. Não!
Mas uma a oração valorosa, como a de Abraão, que lutava com o Senhor
para salvar a cidade; como a de Moisés, que mantinha as mãos levantadas e
se cansava, orando ao Senhor; como a de muitas pessoas, de tantas
pessoas que têm fé e que oram e oram com a fé. A oração faz milagres,
mas nós temos que acreditar! Eu acho que podemos fazer uma linda
oração... e dizer hoje, durante todo o dia: ‘Senhor, eu creio, mas me
ajuda na minha incredulidade’... E quando nos pedirem para rezar por
tanta gente que sofre nas guerras, por todos os refugiados, por todos
aqueles dramas que estão acontecendo neste momento, rezar, mas com o
coração, para Nosso Senhor: ‘Faz, Senhor!’, e dizer: “Senhor, eu
acredito. Mas me ajuda na minha incredulidade’. Vamos fazer isto hoje",
convidou Francisco.
in
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