«Nessun dorma» tocado e cantado ambas!
Aqueles que vão cada domingo à paróquia de San Miguel em Anandale (Virgínia), onde se senta ao órgão sentem fluir «a bondade de Deus desde a sua música às suas almas».
Actualizado 11 de Maio de 2013
C.L. / ReL
Carlos Alberto Ibay é de origem filipina, ainda que viva nos Estados Unidos. Cada domingo desde 2008 os fiéis da paróquia de San Miguel em Annandale (Virgínia) assistem à missa na qual o jovem, de 33 anos, põe música sentado ao órgão.
E então toda a comunidade vibra junta e às vezes vem logo a dar-lhe os parabéns com lágrimas nos olhos: "A bondade de Deus parece fluir desde a minha música até às suas almas", disse o mesmo Carlos. Mas não é só opinião sua: "Ele impulsa a gente a responder, não oprime os fiéis", diz o seu pároco, Jerry Pokorsky. "Quando o vês tocar e cantar... Sentes a graça de Deus atravessá-lo", especifica Sharon Shafer, directora do coro paroquial.
Porque não só faz ambas as coisas muito bem, mas sim que além disso Carlos é cego. Ao nascer, prematuro de sete meses, pesou apenas seiscentos gramas, e passou os três seguintes na incubadora. Ali um excesso de oxigénio produziu-lhe uma retinite pigmentosa que o deixou cego.
Quando tinha três anos ofereceram-lhe um trem de brinquedo que enquanto dava voltas tocava a típica canção infantil Twinkle, twinkle, little star. Tanto a escutou, que um dia Carlos se aproximou do pequeno órgão Hammond que havia em casa e, quase à primeira, reproduziu espontaneamente essa música. Os seus pais não o duvidaram e adquiriram para ele um piano Steinway. Começava a frutificar o seu talento.
Hoje esse talento deu a volta ao mundo, porque Ibay, além de ser um excelente pianista, tem uma voz de tenor que lhe permite interpretar e tocar ambas com um nível excepcional peças clássicas como a ária Nessun dorma da ópera Turandot de Giacomo Puccini, o qual, unido à sua evidência, converte-o num artista quase único no mundo.
Carlos ofereceu quase uma centena de concertos em 21 estados dos Estados Unidos e mais de cinquenta em outros sete países: Espanha, Rússia, Brasil, Itália, Israel, Filipinas e Austrália. E é professor no Conservatório Eastman de Rochester (Nova Iorque).
As suas aulas de piano começaram a sério aos 6 anos, e as de canto aos 15. "É absolutamente capaz de acompanhar-se a si mesmo. Há muito poucas pessoas no planeta que possam tocar e cantar tão bem como Carlos", confirma Harry Dunstan, director artístico do American Center for Puccini Studies e seu professor de canto.
"Eu queria ver a Criação de Deus, contemplar a sua bondade", explica Carlos Ibay à Catholic News Service: "Creio que Deus privou-me da vista para que não visse as coisas más. Cada vez que toco e canto, ainda que seja praticando, ofereço-o pela glória de Deus". E a essa facilidade para a música acrescenta a dos idiomas, pois fala com total domínio sete línguas além do inglês: espanhol, francês, alemão, italiano, português, japonês e russo.
A mãe de Carlos, católica de grande devoção, levou o seu filho a ver João Paulo II em 1997, e ele guarda aquela bênção como uma das suas melhores recordações.
"Ele encarna todos os aspectos positivos possíveis da fé católica", acrescenta Dunstan: "É um dos melhores embaixadores da fé católica que possas encontrar. A sua personalidade é irrepreensível. Instintivamente, as pessoas o querem".
Depois das suas cinco horas de treino diário, costuma fazer no ginásio um bom pedaço de bicicleta e fita, acompanhado por uma garrafa de água... E o seu rosário. "Sigo em frente porque Deus me ajuda a seguir em frente. Todos os anjos e santos tiram de mim, e por isso sei que vou estar bem", explica.
O seu testemunho serve além disso para os jovens. Forma parte do grupo juvenil da paróquia do Espírito Santo, onde lança uma mensagem aos seus companheiros: "Não abandoneis os vossos sonhos. Tereis toda a vida pela frente. Deus quer que aceiteis esta oferta do Espírito Santo abrindo-lhes a mente. Conseguireis".
E então toca-lhes e canta uma das canções que mais fama lhe deram, a sua versão de The prayer, o célebre dueto de Céline Dion e Andrea Bocelli:
Aqueles que vão cada domingo à paróquia de San Miguel em Anandale (Virgínia), onde se senta ao órgão sentem fluir «a bondade de Deus desde a sua música às suas almas».
Actualizado 11 de Maio de 2013
C.L. / ReL
Carlos Alberto Ibay é de origem filipina, ainda que viva nos Estados Unidos. Cada domingo desde 2008 os fiéis da paróquia de San Miguel em Annandale (Virgínia) assistem à missa na qual o jovem, de 33 anos, põe música sentado ao órgão.
E então toda a comunidade vibra junta e às vezes vem logo a dar-lhe os parabéns com lágrimas nos olhos: "A bondade de Deus parece fluir desde a minha música até às suas almas", disse o mesmo Carlos. Mas não é só opinião sua: "Ele impulsa a gente a responder, não oprime os fiéis", diz o seu pároco, Jerry Pokorsky. "Quando o vês tocar e cantar... Sentes a graça de Deus atravessá-lo", especifica Sharon Shafer, directora do coro paroquial.
Porque não só faz ambas as coisas muito bem, mas sim que além disso Carlos é cego. Ao nascer, prematuro de sete meses, pesou apenas seiscentos gramas, e passou os três seguintes na incubadora. Ali um excesso de oxigénio produziu-lhe uma retinite pigmentosa que o deixou cego.
Quando tinha três anos ofereceram-lhe um trem de brinquedo que enquanto dava voltas tocava a típica canção infantil Twinkle, twinkle, little star. Tanto a escutou, que um dia Carlos se aproximou do pequeno órgão Hammond que havia em casa e, quase à primeira, reproduziu espontaneamente essa música. Os seus pais não o duvidaram e adquiriram para ele um piano Steinway. Começava a frutificar o seu talento.
Hoje esse talento deu a volta ao mundo, porque Ibay, além de ser um excelente pianista, tem uma voz de tenor que lhe permite interpretar e tocar ambas com um nível excepcional peças clássicas como a ária Nessun dorma da ópera Turandot de Giacomo Puccini, o qual, unido à sua evidência, converte-o num artista quase único no mundo.
Carlos ofereceu quase uma centena de concertos em 21 estados dos Estados Unidos e mais de cinquenta em outros sete países: Espanha, Rússia, Brasil, Itália, Israel, Filipinas e Austrália. E é professor no Conservatório Eastman de Rochester (Nova Iorque).
As suas aulas de piano começaram a sério aos 6 anos, e as de canto aos 15. "É absolutamente capaz de acompanhar-se a si mesmo. Há muito poucas pessoas no planeta que possam tocar e cantar tão bem como Carlos", confirma Harry Dunstan, director artístico do American Center for Puccini Studies e seu professor de canto.
"Eu queria ver a Criação de Deus, contemplar a sua bondade", explica Carlos Ibay à Catholic News Service: "Creio que Deus privou-me da vista para que não visse as coisas más. Cada vez que toco e canto, ainda que seja praticando, ofereço-o pela glória de Deus". E a essa facilidade para a música acrescenta a dos idiomas, pois fala com total domínio sete línguas além do inglês: espanhol, francês, alemão, italiano, português, japonês e russo.
A mãe de Carlos, católica de grande devoção, levou o seu filho a ver João Paulo II em 1997, e ele guarda aquela bênção como uma das suas melhores recordações.
"Ele encarna todos os aspectos positivos possíveis da fé católica", acrescenta Dunstan: "É um dos melhores embaixadores da fé católica que possas encontrar. A sua personalidade é irrepreensível. Instintivamente, as pessoas o querem".
Depois das suas cinco horas de treino diário, costuma fazer no ginásio um bom pedaço de bicicleta e fita, acompanhado por uma garrafa de água... E o seu rosário. "Sigo em frente porque Deus me ajuda a seguir em frente. Todos os anjos e santos tiram de mim, e por isso sei que vou estar bem", explica.
O seu testemunho serve além disso para os jovens. Forma parte do grupo juvenil da paróquia do Espírito Santo, onde lança uma mensagem aos seus companheiros: "Não abandoneis os vossos sonhos. Tereis toda a vida pela frente. Deus quer que aceiteis esta oferta do Espírito Santo abrindo-lhes a mente. Conseguireis".
E então toca-lhes e canta uma das canções que mais fama lhe deram, a sua versão de The prayer, o célebre dueto de Céline Dion e Andrea Bocelli:
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