Afirmou durante visita a Portugal a convite da Fundação AIS
Roma, 23 de Maio de 2013
Tal como D. François-Xavier Maroy, Arcebispo de Bukavu,
disse reiteradamente em Portugal na semana passada, na visita que
efectuou ao nosso país a convite da Fundação AIS, também o
secretário-geral da ONU, considera que “o problema da RD do Congo não é
só uma questão de paz mas também de desenvolvimento”.
Nesta visita, iniciada ontem e classificada pelo próprio de “muito
importante”, Ban Ki-moon, procura uma solução eficaz e duradoura para os
constantes episódios violentos que grassam nos Grandes Lagos e que
instabilizam toda a região, penalizando fortemente as depauperadas
populações locais.
Esta deslocação do secretário-geral da ONU, que foi precedida de uma
visita a Moçambique, vem reforçar o impacto – e a oportunidade - das
palavras deixadas no nosso país pelo Arcebispo de Bukovu sobre a
situação “terrível” que se vive na RDC.
Durante uma semana, D. François-Xavier Maroy foi mais do que um
simples bispo a visitar um país europeu. Foi o porta-voz de um povo
martirizado pelo saque contínuo que se verifica na sua terra.
D. François aproveitou todas as conferências, em Fátima, Lisboa,
Braga. Almada e Évora de Alcobaça, assim como as celebrações
eucarísticas em que participou - a primeira foi no Santuário de Fátima, a
13 de Maio - e os momentos de oração para alertar a opinião pública
portuguesa face ao drama silencioso que existe no Congo. “No meu país
grassa a fome, a miséria, a mortalidade e o subdesenvolvimento em geral.
Noventa por cento das pessoas estão desempregadas. É um flagelo”,
disse.
O prelado aproveitou todas as ocasiões para testemunhar o martírio
que acontece todos os dias na República Democrática do Congo,
especialmente no Leste do país, região que não conhece a paz há décadas.
Ainda há menos de 48 horas ocorreu mais um confronto militar entre o
exército do país e elementos de um movimento rebelde que causaram cerca
de quatro dezenas de mortos e feridos.
Na última – das muitas - entrevistas que concedeu aos Meios de
Comunicação Social portugueses, neste caso à RTP2, o Arcebispo de Bukovu
fez “um balanço muito, muito positivo da visita a Portugal”.
“É um balanço muito positivo não só para mim, como para a minha
diocese e para o meu país. Esta visita a Portugal não foi tempo perdido,
pelo contrário” – acrescentou o prelado. “Quero agradecer à Fundação AIS, a todos os que me acompanharam e a todos os que me escutaram: muito obrigado”.
Também Catarina Martins, directora da Fundação AIS em Portugal e que
acompanhou o prelado em toda a sua deslocação ao nosso país, faz um
balanço positivo desta visita. “O Senhor Arcebispo sensibilizou as
pessoas que estiveram com ele e ouviram o seu testemunho.
O que nos marcou mais foi o seu apelo incessante para que rezássemos
pela paz no Congo, por todo o povo que sofre e particularmente por ele
próprio para cumprir bem a sua difícil missão à frente da Diocese de
Bukavu”.
in
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