Em seu discurso dirigido ao Patriarca copta ortodoxo, o actual Sucessor de Pedro evocou a alegria de "reconhecer-se unidos pelo único Baptismo"
Cairo, 14 de Maio de 2013
“O encontro entre Papa Francisco e Papa Tawadros II gerou
alegria, principalmente entre as pessoas mais simples. Agora, o auspício
é que o caminho para a unidade possa avançar com passos concretos e
difíceis”. Assim como refere à Agência Fides Sua Beatitude Ibrahim Isaac
Sidrak, Patriarca de Alexandria dos coptas católicos, delineando as
esperanças acesas também na comunidade católica egípcia com o recente
encontro entre o Bispo de Roma e o Patriarca copta ortodoxo.
Segundo S.B. Sidrak, “o próprio facto de se hospedar na mesma
residência, a Domus Sanctae Marthae, permitiu a Francisco e Tawadros
encontrarem-se, além de no encontro oficial, também em outros momentos
de confronto e oração. E um contexto familiar como este faz emergir
muitas coisas”.
Quinta-feira, 9 de maio, no momento de sua chegada à residência Santa
Marta, Papa Tawadros foi recebido na porta pelo próprio Papa Francisco.
Em seu discurso dirigido ao Patriarca copta ortodoxo, o actual Sucessor
de Pedro evocou a alegria de “reconhecer-se unidos pelo único Baptismo,
do qual é expressão especial a nossa oração comum, que olha ao dia em
que, realizando-se o desejo do Senhor, poderemos comungar do mesmo
cálice”.
Segundo o Patriarca copta católico Sidrak, “para alcançar a comunhão,
o caminho é longo e talvez será preciso tempo, mas seria já importante
reconhecer, no plano concreto, que nós e nossos irmãos coptas ortodoxos
compartilhamos o mesmo baptismo”.
Na Igreja copta ortodoxa prevalece ainda a praxe de rebaptizar os
novos membros provenientes da Igreja católica. O Patriarca Tawadros –
como está se dizendo – pode colocar a questão na agenda, em um futuro
sínodo. A prática dos cristãos “rebaptizados” cria maus entendidos e
escândalos, contradizendo os convites a um testemunho compartilhado do
Evangelho.
O Patriarca copta católico Sidrak aprecia o fato que nos discursos
oficiais do Papa e do Patriarca copta ortodoxo não houve referências directas à complicada fase política e social egípcia: “Tratou-se de um
encontro eclesial. Foi muito bonita e espiritual a referência do Papa
Francisco ao “ecumenismo do sofrimento”, mas qualquer interpretação
exclusivamente em chave política poderia limitar a importância de suas
palavras. Nossa unidade não pode jamais se reduzir a uma aliança
política contra um inimigo comum”. (Agência Fides, 14-05-2013).
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