Texto da consagração do pontificado do Papa Francisco realizado no dia 13 de Maio
Fátima, 13 de Maio de 2013
Texto de consagração do pontificado do Papa Francisco que
foi lido pelo cardeal patriarca de Lisboa, José Policarpo, ao concluir a
missa do dia 13 de maio no santuário de Fátima.
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Fátima, 13 de Maio de 2013
Virgem Santíssima,
1. Estamos a Vossos pés, os Bispos de Portugal e esta multidão de
peregrinos, no 96º aniversário da Vossa Aparição aos Pastorinhos, nesta
Cova da Iria, para dar cumprimento ao desejo do Papa Francisco,
claramente expresso, de Vos consagrar a Vós, Virgem de Fátima, o seu
Ministério de Bispo de Roma e de Pastor Universal. Assim Vos consagramos
Senhora, Vós que sois Mãe da Igreja, o Ministério do novo Papa: enchei o
seu coração da ternura de Deus que Vós experimentastes como ninguém,
para que ele possa abraçar todos os homens e mulheres deste tempo com o
Amor do Vosso Filho Jesus Cristo. A humanidade contemporânea precisa de
sentir-se amada, por Deus e pela Igreja. Só sentindo-se amada vencerá a
tentação da violência, do materialismo, do esquecimento de Deus, da
perda do rumo que a conduzirá a um mundo novo, onde o amor reinará.
Dai-lhe o dom do discernimento para saber identificar os caminhos da
renovação da Igreja; dai-lhe coragem para não hesitar em seguir os
caminhos sugeridos pelo Espírito Santo; amparai-o nas horas duras de
sofrimento, a vencer, na caridade, as provações que a renovação da
Igreja lhe trará. Estai sempre a seu lado, pronunciando com ele aquelas
palavras que bem conheceis: “Eu sou a Serva do Senhor, cumpra-se em Mim a
Tua Palavra”.
2. Os caminhos de renovação da Igreja levam-nos a redescobrir a
actualidade da Mensagem que deixastes aos Pastorinhos: a exigência da
conversão a Deus que tem sido tão ofendido, porque tão esquecido. A
conversão é sempre um regresso ao amor de Deus. Deus perdoa porque nos
ama. É por isso que o Seu amor se chama misericórdia. A Igreja,
protegida pela Vossa solicitude maternal e guiada por este Pastor, tem
de se afirmar, sempre mais, como lugar da conversão e do perdão, porque
nela a verdade exprime-se sempre na caridade.
Vós indicastes a oração como o caminho decisivo da conversão. Ensinai
a Igreja, de que Sois membro e modelo, a ser, cada vez mais, um povo
orante, em comunhão com o Santo Padre, o primeiro orante deste povo e
também em comunhão silenciosa com o anterior Papa, Sua Santidade Bento
XVI, que escolheu o caminho do orante silencioso, desafiando a Igreja
para os caminhos da oração.
3. Na Vossa Mensagem aos Pastorinhos, aqui na Cova da Iria, pusestes
em relevo o Ministério do Papa, “o Homem vestido de branco”. Três dos
últimos Papa fizeram-se peregrinos do Vosso Santuário. Só Vós, Senhora,
no Vosso amor maternal a toda a Igreja, podeis pôr no coração do Papa
Francisco o desejo de ser peregrino deste Santuário. Não é algo que se
lhe possa pedir por outras razões; só a cumplicidade silenciosa entre
Vós e Ele o levará a sentir-se atraído por esta peregrinação na certeza
de que será acompanhado por milhões de crentes, dispostos a ouvir de
novo a Vossa Mensagem.
Aqui, nesta Altar do mundo, ele poderá abençoar a humanidade, fazer
sentir ao mundo de hoje que Deus ama todos os homens e mulheres do nosso
tempo, que a Igreja os ama e que Vós, Mãe do Redentor, os conduzis com
ternura aos caminhos da salvação.
José, Cardeal-Patriarca
Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa
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