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terça-feira, 2 de abril de 2013

Assim são os novos baptizados: quatro histórias distintas e um mesmo Jesus no final do caminho

No Domingo de Páscoa serão por fim cristãos

Actualizado 29 de Março de 2013

C.L. / ReL


Esta terça-feira ReL ressaltava o aumento de 20% dos baptismos de adultos na França em só cinco anos, um dado tão significativo que La Croix dedicou na quinta-feira uma extensa reportagem a apresentar as histórias de alguns deles, sob o título de O novo rostro dos catecúmenos.

Em quase todos eles há uma nota comum: no princípio é só uma intuição, um sentimento vago. A evidência vai-se forjando com os anos e termina por impor-se de forma natural.

Como no caso de Marion, de 22 anos: "Fui tomando consciência dessa presença amável, de um amigo que esteve sempre ali". Os seus pais não a tinham baptizado para que tomasse ela a decisão. Mas um dia, quando falava de religião com a sua mãe, esta perguntou-lhe se acreditava em Deus. "Sem duvidá-lo, disse-lhe que sim". Marion tinha então 19 anos e tinha crescido num ambiente católico, mas sem prática de nenhuma classe. Estudante de Ciências Políticas, fez um ano de Erasmus em Salamanca e em Espanha terminou de dar o passo: apanhou gosto pelo "compromisso dominical" e travou amizade com uma mulher de quarenta anos que a ajudou no caminho da fé. Ao voltar para França, falou com o seu pároco num Domingo de Ramos e o sacerdote disse-lhe que já estava preparada. "Disse-me: venha, vamos. É uma proposta que não se pode recusar", conclui Marion, que este domingo ingressará por fim formalmente na Igreja ao receber as águas baptismais.

São 3220 os adultos que farão o mesmo no país vizinho, onde o crescimento maior, 45%, se dá entre os 18 e os 20 anos. Segundo explica o padre Philippe Marxer, director adjunto do Serviço Nacional de Catequese do episcopado galo, os novos catecúmenos "se aferram à Palavra de Deus na sua vida e descobrem uma forma de serenidade ao descobrir a Cristo".

Assim sucedeu a Valérie Petit, de 47 anos, depois de um divórcio doloroso. "Desde que era menina sentia-me atraída pela fé, mas ninguém na minha casa se ocupava disso. Apesar de tudo o mantive dentro de mim, ainda não o explico". Depois da ruptura do seu matrimónio, pôs-se em contacto com a sua paróquia através da página web, onde soube que podia baptizar-se sendo adulta. Não o duvidou.

Para Julien Chakiba, psiquiatra de 27 anos crescido numa família ateia, as primeiras perguntas não chegaram, sem dúvida, até que começou a carreira de medicina. Conheceu a que hoje é sua mulher, que o convidou a dois grupos, um de bioética e outro de aprofundamento na fé. Logo começou a frequentar a paróquia. "Na nossa missa de matrimónio sentia-me já integramente cristão, ainda que nem sequer estivesse baptizado", recorda Julien. Não tardaria em comprovar a "esperança" que traz a fé em situações críticas, como quando passou pelo rotatório de oncologia: "Crer em Deus mudou a minha forma de ver os pacientes, o seu sofrimento. Até o ponto de que agora me pergunto como poderia exercer a medicina sem a fé", sem esse sentimento "de não estar nunca só".

Por fim, no caso de Dominique Lebassard, de 49 anos, a origem do seu baptismo está num compromisso: "Prometi-o há minha mãe no leito de morte. Deixou-me há dois anos. Apesar das dores e a doença, a fé foi sempre importante para ela". Não lamenta que essa tenha sido a causa da sua conversão: "Um dia ou outro o teria feito. A morte do meu pai, quando era menino, logo a da minha avó, impulsavam-me já a este desenlace. Quase diria que o esperava. A fé fez-me mais atento, mais sincero. Depois dos anos de espera, estou um pouco angustiado, porque agora... Tenho pressa!".


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