
Relatório da ONU
7Margens | 03/08/2025
Entre o início de abril e o final de junho, a violência armada no Haiti matou 1.520 pessoas e feriu outras 609, de acordo com um novo relatório sobre direitos humanos no Haiti, divulgado pelas Nações Unidas no dia 1 de agosto. Estes números são semelhantes aos do primeiro trimestre de 2025, quando 1.617 pessoas foram mortas e 580 ficaram feridas.
Só em junho, 45.000 pessoas foram deslocadas nos departamentos de Centre e de Artibonite, o que significa, segundo a Organização Internacional para as Migrações, que o número total de pessoas deslocadas nesses dois departamentos ultrapassava, no final de junho, os 240.000. A ONU sublinha que “a situação humanitária no Haiti é cada vez mais grave, com mais de 1,3 milhão de pessoas deslocadas e com metade dos 13 milhões de haitianos enfrentando insegurança alimentar”.
O assassinato do presidente Jovenel Moïse, em 2021, desencadeou uma onda generalizada de violência entre gangues na capital, Porto Príncipe, e a ONU estima que atualmente, os gangues controlem pelo menos 85 por cento da cidade e nos últimos meses muitos começaram a expandir a sua influência nos departamentos de Centre e Artibonite. Apesar desta expansão e da consolidação do poder dos gangues em outras localidades, entre abril e junho as forças de segurança conseguiram conter o alargamento das zonas sob controlo dos gangues na capital, mas “a situação ainda permanece excecionalmente volátil”.
A violência provocada pela falência das forças da ordem não se limita ao desrespeito total pela vida humana, mas procura também destruir todos os meios de subsistência para manter a população sob um clima de terror permanente. Para ilustrar esta afirmação, o relatório da ONU aponta a tomada de uma estação de rádio por dois gangues que durante dias transmitiram a sua propaganda e tocaram música hip-hop em apoio às suas atividades. Ao deixarem a rádio, levaram todo o equipamento consigo e incendiaram um mercado próximo.
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