Na verdade, quer participemos
ativamente ou não, a história do mundo, inexoravelmente, vai sendo construída
cada dia que passa, impelindo-nos, sempre que possível, a uma correria
imparável, que, com algum grau de frequência, não nos deixa tempo livre para
estarmos connosco próprios. Para meditar, fazer um balanço dos acontecimentos,
avaliar a nossa intervenção, mais ou menos adequada, projetar de algum modo o
futuro. Para nos ajudar de algum modo a retemperar as nossas forças e a meditar
com sentido sobrenatural, temos entre os dias 30 de Novembro a 8 de Dezembro, a
Novena de preparação para a Solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora.
A aparição da Virgem no mundo é como a chegada da aurora que precede a luz da
salvação Jesus; é como o desabrochar sobre a terra da mais bela flor que alguma
vez brotou no jardim da humanidade: o nascimento da criatura mais pura, mais
perfeita. Maria restitui-nos a figura da humanidade perfeita. De Maria dimana
uma luz especial que ilumina o caminho que devemos seguir nas diferentes
tarefas da nossa vida. Devemos pedir-lhe ajuda sempre que nos encontremos às
escuras, sempre que tenhamos de retificar o caminho da nossa vida ou tomar uma
decisão importante. (F.
Fernandez-Carvajal, in: Falar com Deus). Tota pulchra es Maria (és toda formosa Maria). Todas as gerações te
chamarão bem-aventurada. “Bendita entre as mulheres és também nossa Mãe,
descanso para os que trabalham, consolo para os que choram, remédio para os
enfermos, porto seguro para os que se encontram na tempestade, perdão para os
pecadores, doce alívio dos tristes, socorro para os que rezam”. (S. João
Damasceno).
Na realidade, não existe melhor
modo de entrarmos na época do Advento, assim conduzidos pela mão da nossa Mãe
do Céu, que por sua interceção, tantas graças nos concede ao longo da nossa vida.
Depois e sempre, as Famílias que se aproximam e se reencontram no Natal para
celebrar o nascimento de Jesus. Como se reveste da maior doçura, olhar para a
Sagrada Família no presépio. Não nos cansamos de olhar para Jesus cada vez com
mais piedade e amor. Observamos um olhar cheio de ternura de criança. O seu
olhar cheio de misericórdia, de doçura, parece um convite a segui-lo. Ele que
não teve lugar para nascer numa casa ou albergaria, vindo assim ao mundo, com a
maior simplicidade, numa gruta que servia de estábulo. Maria envolveu Jesus em
panos e recostou-o numa manjedoura. Jesus, José e Maria encontravam-se sós. Os
pastores ao longe viram uma grande luz, ou seja, a glória do Senhor envolveu-os
de claridade. Um anjo diz-lhes: “Não temais, pois venho anunciar-vos uma grande
alegria, que o será para todo o povo: hoje na cidade de David, nasceu-vos o
Salvador, que é Cristo, o Senhor”. Conseguimos recriar a cena ao observar o presépio.
Os pastores foram pressurosos adorar o Menino Jesus e todos ficaram
maravilhados. É tão bom fazer o presépio, recordando todos estes
acontecimentos, que certamente, transmitiremos aos mais novos. Podemos mesmo
idealizar que somos uma das figuras representadas no presépio. Cantaremos
músicas alegres de Natal, pois é disso mesmo que se trata: de alegria, de
adoração sublime perante um menino envolto em panos numa manjedoura que,
parecendo tão indefeso e desprotegido de bens, seria a luz do mundo, que mais
tarde diria: “Tudo o que pedirdes na oração, crede que já o recebestes e
ser-vos-á concedido”. E ainda: “Foi-me dado todo o poder no Céu e na terra”. E
uma frase que muito nos sensibiliza: “A paz vos deixo, a minha paz vos dou; não
como vo-la dou como dá o mundo. Não se perturbe o vosso coração nem se
acobarde”. “No silêncio e na esperança residirá a vossa fortaleza”. Recordo
ainda a visão do profeta Daniel: “A ele foi dado império, honra e reino, e
todos os povos, nações e línguas o serviram. O seu império é um império eterno,
que nunca passará, e o seu reino não será destruído jamais”.
Maria Helena Paes |
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