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segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Desvelando o grande mistério do sucesso

Yuval Noah Harari, considerado por alguns como o pensador do século XXI, historiador e professor na Universidade Hebraica de Jerusalém, escreve livros que os seus pares definem como brilhantes, um deslumbramento científico e literário, com grande relevo para as questões éticas e filosóficas na construção duma nova “(des)humanidade”.

“No séc. XXI a principal ambição humana não será meramente o controlo da fome, das epidemias e da guerra, mas sim a de transformar os humanos em deuses. E digo isto no sentido literal. Os seres humanos esforçar-se-ão por adquirir capacidades que foram inicialmente pensadas como capacidades divinas. Em particular, a capacidade de manipular e criar vida. Assim como na Bíblia, Deus criou animais, plantas e seres humanos de acordo com os seus desejos, também no séc. XXI iremos provavelmente aprender como projetar e fabricar animais e plantas e, até, seres humanos segundo os nosso desejos. Iremos usar a engenharia genética para criar novos tipos de seres orgânicos; usaremos interfaces diretas cérebro-computador com o objetivo de criar ciborgues (seres que combinam partes orgânicas com partes inorgânicas); e podemos até conseguir criar seres completamente inorgânicos. Os principais produtos da economia do séc. XXI não serão têxteis, veículos e armas, mas sim corpos, cérebros e mentes. Foi por isso que dei ao livro o título de Homo Deus (homem-deus).” in op. cit.

Lido e relido este seu último trabalho fiquei deveras perplexo com tanto futurismo técnico e tamanha ficção, com ausência de alicerces científicos, filosóficos, éticos e transcendentes. Portador de algumas perspectivas um pouco sui generis, distorcidas, ou mesmo muito estranhamente tendenciosas, não consegui minimamente captar o porquê do empolgamento do autor ou dos temas que ele explora e defende.

Fiquei preso à manifestação da sua gratidão no fim do livro, página 445- aos humanos, animais e instituições, concluindo esta longa fase de agradecimentos, duas páginas à frente, em que se refere ao “marido e gestor pessoal Itzik, que já hoje funciona como a minha Internet – de – Todas – as – Coisas”.

Reduzido à minha ignorância fui procurar algo mais sobre a celebridade em questão e foi então que se fez luz no meu entendimento com a achega de algumas informações, que longe de serem fofocas, são deveras elucidativas. A saber:

1 – Yuval Noah Harari  pratica uma espécie de meditação budista Vipassana, duas horas por dia e todos os anos faz um retiro de pelo menos um mês, afirmando que não conseguiria escrever sem a ajuda desta meditação;

2- Desde setembro de 2017 que o autor não usa smartphone – o seu marido dorme com um na cabeceira da cama e, como ele mesmo diz, isso é suficiente;

3 - Yuval Noah Harari casou com o seu agente e gestor Itzik Yahav, em 2002, no Canadá, uma vez que Israel não permite casamentos homossexuais.

Conclusão: o herói do livro do ano, é uma celebridade mundial, gay, vive com o marido numa comunidade israelita, vegan, recusa-se a usar um smarthphone e, também é importante saber, possui outro ingrediente indispensável nestes cozinhados, é ateu, desconhece e rejeita toda e qualquer forma de divindade transcendente, mas acredita que o homem de amanhã será um deus, terreno talvez, ao nível da sua fantasia e ficção.

Adilson Constâncio



1 comentário:

  1. Bem Haja, pela excelente informação. Até era uma dúvida que me assolava, amigos e conhecidos não sabiam responder, embora nos parecesse que havia história mal contada…

    Continue atento e vá-nos dando pistas porque são preciosas para ajudar a discernir.

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