Yuval Noah Harari, considerado
por alguns como o pensador do século XXI, historiador e professor na Universidade
Hebraica de Jerusalém, escreve livros que os seus pares definem como brilhantes,
um deslumbramento científico e literário, com grande relevo para as questões éticas e filosóficas na
construção duma nova “(des)humanidade”.
“No séc. XXI a principal ambição humana não será meramente o controlo da
fome, das epidemias e da guerra, mas sim a de transformar os humanos em deuses.
E digo isto no sentido literal. Os seres humanos esforçar-se-ão por adquirir
capacidades que foram inicialmente pensadas como capacidades divinas. Em
particular, a capacidade de manipular e criar vida. Assim como na Bíblia, Deus
criou animais, plantas e seres humanos de acordo com os seus desejos, também no
séc. XXI iremos provavelmente aprender como projetar e fabricar animais e
plantas e, até, seres humanos segundo os nosso desejos. Iremos usar a
engenharia genética para criar novos tipos de seres orgânicos; usaremos
interfaces diretas cérebro-computador com o objetivo de criar ciborgues (seres
que combinam partes orgânicas com partes inorgânicas); e podemos até conseguir
criar seres completamente inorgânicos. Os principais produtos da economia do
séc. XXI não serão têxteis, veículos e armas, mas sim corpos, cérebros e
mentes. Foi por isso que dei ao livro o título de Homo Deus (homem-deus).” in op. cit.
Lido e relido este seu último trabalho fiquei
deveras perplexo com tanto futurismo técnico e tamanha ficção, com ausência de alicerces
científicos, filosóficos, éticos e transcendentes. Portador de algumas
perspectivas um pouco sui generis,
distorcidas, ou mesmo muito estranhamente tendenciosas, não consegui
minimamente captar o porquê do empolgamento do autor ou dos temas que ele
explora e defende.
Fiquei preso à manifestação da sua gratidão no fim do livro, página 445-
aos humanos, animais e instituições, concluindo esta longa fase de
agradecimentos, duas páginas à frente, em que se refere ao “marido e gestor
pessoal Itzik, que já hoje funciona como a minha Internet – de – Todas – as –
Coisas”.
Reduzido
à minha ignorância fui procurar algo mais sobre a celebridade em questão e foi
então que se fez luz no meu entendimento com a achega de algumas informações,
que longe de serem fofocas, são deveras elucidativas. A saber:
1 – Yuval Noah Harari pratica
uma espécie de meditação budista Vipassana, duas horas por dia e todos os anos
faz um retiro de pelo menos um mês, afirmando que não conseguiria escrever sem
a ajuda desta meditação;
2- Desde setembro de 2017 que o autor não usa smartphone –
o seu marido dorme com um na cabeceira da cama e, como ele mesmo diz, isso é
suficiente;
3 - Yuval Noah Harari casou
com o seu agente e gestor Itzik Yahav, em 2002, no Canadá, uma vez que
Israel não permite casamentos homossexuais.
Conclusão: o herói do livro do ano, é uma celebridade
mundial, gay, vive com o marido numa comunidade israelita, vegan, recusa-se a
usar um smarthphone e, também é
importante saber, possui outro ingrediente indispensável nestes cozinhados, é
ateu, desconhece e rejeita toda e qualquer forma de divindade transcendente,
mas acredita que o homem de amanhã será um deus, terreno talvez, ao nível da
sua fantasia e ficção.
Adilson Constâncio
Bem Haja, pela excelente informação. Até era uma dúvida que me assolava, amigos e conhecidos não sabiam responder, embora nos parecesse que havia história mal contada…
ResponderEliminarContinue atento e vá-nos dando pistas porque são preciosas para ajudar a discernir.