Desde os 7 anos que aprendo em casa. Sim, em casa. Pode parecer estranho,
mas a verdade é que andei na escola no 1° ano e só a voltei a frequentar no
10°. A minha tia ensinava-me Inglês e tinha um atelier de pintura, enquanto a
minha mãe era responsável pelas outras disciplinas.
Nestes 8 anos de ensino doméstico, não fui uma criança solitária nem com
más notas, como é o preconceito; pelo contrário, nunca tive uma negativa, mas
sempre excelentes resultados.
Aprender em casa não só traz uma maior liberdade de horários, como também
se aprende em muito menos tempo, permitindo maior disponibilidade para
atividades extracurriculares e aprendizagem de outras matérias. Cheguei a andar
na equitação, no coro (grátis), no piano, na guitarra e num clube onde tinha
teatro (grátis), simultaneamente. No meu tempo livre, que era maior do que o
dos meus amigos que frequentavam a escola, eu aprendia sozinha sobre a vida
animal.
Sempre me interessei sobre este tema e dispunha de muito tempo para
descobrir este mundo que tanto me interessava. Cresci a pesquisar sobre
diversos temas e a melhorar as minhas aptidões linguísticas, pois os meus pais
têm um hotel no qual eu falava com clientes vindos de todas as partes do
mundo.
Como referi, não era solitária; no clube, no coro, na catequese, em casa,
no hotel, convivia com outras crianças e sempre fui extrovertida, criando novas
brincadeiras com os meus amigos.
Quando regressei à escola, no ano passado, tive a minha primeira
apresentação oral. Os meus colegas diziam-me que era horrível, constrangedor,
angustiante. E assim fui eu a pensar. Qual não foi o meu espanto quando soube
que tivera a melhor nota da turma, e assim continuou nos períodos seguintes.
No coro e no teatro eu estava tão habituada a estar em palco que uma
apresentação de Português não era nada de mais.
Admito que, em parte, as boas notas que tive advinham da capacidade de
estudo pessoal que adquiri quando estudava em casa. Trabalhava bastante sozinha
e depois tirava as dúvidas.
Como vivi as duas realidades, posso afirmar que, de acordo com a minha
experiência, se aprende melhor em casa. Não é que agora o ensino e os
resultados não sejam bons, mas aprendia o mesmo em muito menos tempo, que me
sobrava para aumentar a minha cultura geral e habilidades.
É verdade que o 10° e o 11° ano são mais difíceis que os anteriores, mas o
ter estudado em casa preparou-me bem para o secundário. As provas de
equivalência/exames de final de ciclo, com matéria de 3 anos, foram uma grande
prova de exigência.
Algo que não posso deixar de dizer: agradeço aos meus pais por ter estado
nesta modalidade de ensino, sendo que, além do mais, despendi muito tempo
estando com eles e brincando com os meus irmãos, o que não tem preço.
Teresa Mendes |
Obrigada pelo testemunho que nos motiva e dá alento para a caminhada! Um grande beijinho.
ResponderEliminarPartilhei este excelente contributo também aqui: https://ensinodomesticocatolico.wordpress.com/2019/01/02/testemunho-de-uma-jovem-sobre-a-sua-vivencia-em-ed/