O tempo de Natal é anunciado pelo Advento, onde o
silêncio é por excelência um sinal de humilde alegria na tranquila espera do nascimento
do Salvador.
O
silêncio de Deus convida à contemplação, à admiração, à adoração e ao amor,
porque nos quer com o Seu modo de Ser em Jesus Cristo, o Verbo feito carne,
Menino,”infans”, que em latim significa o que não fala, uma presença divina, um
silêncio de paz, um envolvimento amoroso do Pai com o Filho no mundo pelo
Espirito Santo.
O cristão pensa e reza, faz oração face a face com
Deus e o seu silêncio respira paz, humildade, descanso, serenidade e
recolhimento.
Estes são tempos de silêncio interior, porque Deus fala
no silêncio do coração. O fruto desse silêncio é a oração, o fruto da oração é
a fé, o fruto da fé é o amor, o fruto do amor é o serviço e o fruto do serviço
é a paz. Porque a paz provém de quem semeia o amor transformando-o em acção. Dá
paz procurar um silêncio sagrado no trabalho, na família e na sociedade.
Mas, eis que a força dos tempos fizeram deste tempo um
lugar de comércio, consequência dum vazio de sentido, duma alienação
espiritual, duma manipulação ateia e consumista, em louca correria para o
material, o supérfluo, o agitado e ruidoso, numa estonteante azáfama social.
Prendas, presentes, embrulhos, jantares, almoços,
barulho, agitação interior e exterior, centros comerciais, vendas, mercados, tendinhas
de rua, compras e mais compras, em nome de tudo e para todos, mas ausente de
recolhimento, de presença divina e de uma Fé inabalável na força da oração.
“Não façais do
meu aniversário um tempo de comércio, parai, pensai e rezai, pois Eu vim ao
mundo para vos salvar”.
Maria Susana Mexia |
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