Pensar em Sibéria implica sentir um gélido
frio aliado à recordação dos tenebrosos gulags soviéticos, do exilio forçado em
campos de trabalho russos para todos os que eram considerados “personas non
gratas” ao regime comunista.
Num horizonte infinito de terras brancas, com um
frio tão intenso que chega a atingir os 40% negativos, este é um lugar que
ninguém escolhe de livre vontade para viver.
Porém, nem as
condições climáticas, nem o ateísmo soviético imposto, extinguiram a fé dos
católicos siberianos que mantiveram as suas tradições e orações, graças às
pessoas mais velhas, nomeadamente mulheres, que as foram transmitindo de
geração em geração, não obstante a clandestinidade ou, talvez, mesmo em consequência
desse desterro, viam em Deus a única hipótese de alento e de salvação.
O ardor com que a fé
foi mantida, terá sido consequência dum alento e uma necessidade imensa de
Deus, aliados a um fervor que os levou a rezar o terço, oração que nunca
abandonaram e à qual atribuem a incrível evidência de sobreviverem na
clandestinidade sob repressão e todo o tipo de pressão física, psíquica e
moral.
Hoje existe ali uma
comunidade viva para a qual foi destacado um jovem missionário italiano, Paolo
Paganini, que trocou Milão, sua cidade natal, pelas colinas geladas duma igreja
de exilados, ciente de que é esta a vontade do Senhor, ajudar a manter a chama
viva da Fé, que nem as grandes distâncias, nem os gelos, nem as perseguições
conseguiram debelar.
São estas notícias e
tantas outras como esta, que nos permitem acreditar que vale a pena, não
estamos sós. Se Deus está connosco, quem pode estar contra nós?
Maria d´Oliveira
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