Dublin, Irlanda, uma cidade em festa no Encontro Mundial das
Famílias que se realizou de 22 a 26 de Agosto de 2018. A Cerimónia de
abertura deu-se simultaneamente nas 26 dioceses da Irlanda que foram convidadas
a tocar os sinos para marcar o início das atividades.
O tema
da 9ª edição do Encontro Mundial das Famílias esteve centrado na exortação
apostólica pós-sinodal Amores Laetitia,
do Papa Francisco: “O Evangelho da Família, alegria para o mundo”. O tema foi
aprofundado ao longo dos três dias de congresso por meio de palestras, debates,
testemunhos, além de actividades para crianças e jovens.
Cardeais,
teólogos, religiosos e leigos estavam encarregados de conduzir as actividades,
que percorreram os mais diversos tópicos do documento papal, abordando desde a
preparação para o matrimónio nas paróquias até à espiritualidade da família.
Temas actuais como o acolhimento e inclusão de homossexuais nas comunidades e
os desafios no âmbito familiar também fizeram parte da programação.
O verão
de Dublin neste Agosto de 2018, foi matizado com a festiva mistura de bandeiras
e rostos, numa multidão de turistas que se confundiam com numerosos grupos de
peregrinos, acompanhados por bispos e sacerdotes. Eram famílias de todo o
mundo, num total 37 mil participantes provenientes de 116 países, para
testemunharem a sua fé e confiança, animadas pela mesma luz: "A família é
o berço da vida e escola de acolhimento e de amor; é uma janela aberta sobre o
mistério de Deus ".
Contrariando
a "cultura do descarte" foi realçada a beleza do amor sexual recordando
a Exortação Apostólica "Amoris Laetitia", onde se sublinha que
"a sexualidade não é um meio de gratificação ou entretenimento", mas
uma linguagem interpessoal em que o outro é levado a sério, "na sua
dignidade sagrada e inviolável". "O amor sexual que leva as pessoas a
sair de si mesmos é marcado por uma incomparável dignidade e beleza".
“Os casais que não têm medo de comunicar
explicitamente os seus desejos recíprocos abrem caminho à comunhão".
"Na pornografia em vez disso não há comunicação recíproca, nenhum desejo
compartilhado e nenhum movimento para a comunhão. As pessoas são levadas a um
isolamento opressivo".
As famílias
vivem todos os dias mil dificuldades e “nem tudo se transformará magicamente
após Dublin 2018, não estaremos isentos dos desafios e dos problemas diários”;
mas “se tivermos vivido uma experiência de Igreja, de comunhão, sem
preconceitos, em que cada um enriquece o outro com o próprio testemunho de
vida, então poderemos levar para casa um método eclesial baseado no viver a
comunhão, a partilha, além de alguns instrumentos para ser fiéis à nossa
vocação e ser verdadeiramente felizes”.
Num momento em que na Irlanda está muito acesa a luta pelo aborto, na
qual embora não fazendo parte do seu programa eleitoral, o primeiro-ministro Leo
Varadkar, de origem hindu, está
empenhadíssimo na sua legalização a expensas do estado, sem tão pouco admitir a
possibilidade da objecção de consciência por parte dos profissionais de saúde.
O Papa Francisco despediu-se da
Irlanda no final da tarde de Domingo, dia 26, concluindo assim a 24ª Viagem
Apostólica de seu Pontificado, após presidir à Missa conclusiva do IX Encontro
Mundial das Famílias, no Phoenix Park, deixando uma mensagem de esperança,
encorajando o clero e os leigos irlandeses a comprometerem-se na renovação da
sua fé e no compromisso com o Evangelho.
Os Encontros Mundiais das Famílias tiveram início na
cidade de Roma, em 1994, por iniciativa do Papa João Paulo II, repetindo-se
cada 3 anos. O último tinha sido em Filadélfia, nos EUA e o próximo encontro
terá lugar em Roma, em 2021.
Mariano Romero
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