«Defenderemos até ao limite que seja gratuito» – Padre António Novais
Foto: Diocese de Beja |
Beja, 06 ago 2018 (Ecclesia) – A Diocese de Beja inaugurou o ‘Museu da Sé Catedral’, de entrada livre, no qual apresenta peças entre os finais do século XV e o século XX, um projeto que se encontra em construção até 2020.
“Termos o museu leva-nos permanentemente a ter cuidado com essas peças, limpar, conservá-las. O pior é termos as peças arrumadas a um canto”, disse hoje á Agência ECCLESIA o pároco moderador da Unidade Pastoral de Beja.
O padre António Novais explicou que as obras de conservação e restauro da igreja Paroquial de Santiago Maior, a Sé, “foram financiadas pela Comunidade Europeia” e existia o compromisso de proporcionar um museu ao público.
Com o espaço museológico, proporciona a visita ás diversas peças aos diocesanos, como a “todos que visitam” a diocese de qualquer parte do mundo e os comentários no livro de visitas “são muito favoráveis”.
“O turismo é uma realidade bem presente na vida dos portugueses e em Beja tem existido grande afluência de turistas todo ano, e de toda a parte do mundo – Leste europeu, América latina, Austrália, África do Sul”, acrescentou o sacerdote que defende a gratuidade do novo espaço “até ao limite”.
O padre António Novais realçou que existe “um espólio significativo de pinturas, telas e retábulos” e, após as obras, quando chegou à altura de “repor” tudo, se chegou à conclusão de que “não bastava pintar e alguns acondicionamentos a nível de carpintaria”, pelo que “era preciso restaurar as próprias pinturas”.
“A nossa ideia é até 2020 termos tudo restaurado”, adiantou, contabilizando que receberam cinco peças no Natal de 2017, “pela Páscoa (2018) mais três” e espera em dezembro “receber mais”, das 10 que estão neste momento a ser restauradas.
Foto: Diocese de Beja |
O sacerdote exemplificou que há uma imagem de Cristo Crucificado que também foi restaurada – “o madeiro tinha de ser substituído” – e embora existam outras peças de arte sacra que precisam de intervenção, neste momento, centram-se nas pinturas.
O novo museu tem peças datáveis entre os finais do século XV e o século XX, e o padre António Novais destacou uma imagem em pedra de Santa Luzia, que “foi uma surpresa” ao descobrir que “não era de madeira”.
Neste momento, existe também um “trabalho de datação”, mas a maior parte “são peças anónimas” que para o entrevistado “não valem menos”.
“As peças valem por si mesmas e devíamos ser capazes de avaliar, até desconhecendo os autores, captarmos os que representa. Não tira valor nenhum; às vezes, enganamo-nos quando atribuímos valor porque é deste ou daquele autor, e fixamos no autor e não nas peças, quando em si mesmo vemos o trabalho, arte, inteligência, habilidade dos seus artistas”, desenvolveu.
Foto: Diocese de Beja |
O padre António Novais destaca que a Sé de Beja “tem também uma grande riqueza” em azulejaria e quando tiverem todas as telas vão, certamente, socorrer-se “de outra sala, por cima da atual” para não exporem “em cima dos azulejos”.
O bispo de Beja, D. João Marcos, presidiu à inauguração do Museu da Sé Catedral, após a Missa Dominical, no dia 22 de julho.
CB/OC
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