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quarta-feira, 10 de junho de 2015

Cada nação tem o seu Anjo


Segundo uma antiga tradição da Igreja, cada nação tem um Anjo especialmente incumbido de a ajudar.

Portugal tem o seu Anjo da Guarda, a quem a nação Portuguesa presta culto oficial e litúrgico, com Missa e ofício próprios, no dia 10 de Junho.

A um pedido do nosso Rei D. Manuel I, o Papa Leão X, concedeu autorização para se oficializar esta devoção que vinha desde os primórdios da nacionalidade. Fomos a única nação do mundo, no espaço de mais de três séculos, a prestar este culto oficial e, actualmente, Portugal é a única nação que ainda mantém a homenagem ao Anjo que Deus lhe deu, para reger os seus destinos.

Nos grandes monumentos nacionais, como o Mosteiro dos Jerónimos, a Igreja da Conceição Velha, em Lisboa, no Convento de Cristo em Tomar, a Igreja de Santa Cruz, em Coimbra, e em Mafra há estátuas grandiosas do Anjo protector da nossa Pátria. 

Em 1916, um Anjo apareceu três vezes aos Pastorinhos, em locais perdidos e desconhecidos na Serra d´Aire. O misterioso e angélico personagem apresentou-se como sendo o Anjo da Guarda de Portugal.

Admite-se que uma primeira aparição do Anjo em Fátima tenha decorrido no Verão de 1915, há exactamente 100 anos.

A finalidade destas visitas traduziu-se na preparação dos videntes de Fátima para acontecimentos de maior importância, como viriam a ser as Aparições de Nossa Senhora, a partir de Maio de1917.

Os fenómenos que viriam a acontecer, não eram fáceis de compreender, daí a importância daquele mensageiro em conduzir as três crianças no sentido de melhor compreenderem e difundirem uma mensagem que todos a pudessem entender e interpretar com o significado que se pretendia transmitir. Não deixa de ser curioso que a palavra Iria, na sua origem do grego, significa paz. Assim, em plena guerra mundial, Nossa Senhora apareceu na Cova da Iria, a Cova da Paz, para aqui revelar aos homens os desígnios de Deus para a Humanidade.

Embora a prática religiosa não estivesse nada facilitada naquele tempo, é um facto que os nossos 3 Pastorinhos nasceram e cresceram em lares cristianíssimos, onde irradiava a piedade, a caridade e o amor a Deus. Com seus pais aprenderam a rezar, a trabalhar e a amar.

Gente de trabalho e de profunda fé, pela força da palavra e do exemplo, foram um “verdadeiro lar modelo”, onde a infância dos nossos jovens videntes decorreu em perfeita e feliz sintonia, ao ritmo da cadência dos tempos e do local em que estavam inseridos.

Família cristã, Igreja doméstica, célula base da sociedade foi o seio eleito para dar ao mundo a conhecida e venerada Fátima, lugar de encontro de todas as raças, cores e nações. Na sua total abrangência é Deus que vem ao encontro do homem para o salvar. 

Há mais de três décadas que no dia 10 de Junho se realiza a Peregrinação Nacional da Crianças a Fátima. Neste ano estão convidadas a viver o tema: «Rezai, rezai muito». Estas palavras simples são o convite que Nossa Senhora dirigiu aos Pastorinhos na Aparição do mês de Agosto do ano de 1917.

Maria Susana Mexia

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