Série de atentados deixou mais de 50 mortos nos últimos dias
Roma, 30 de Abril de 2014 (Zenit.org)
Pouco antes de os iraquianos irem às urnas para as suas
eleições parlamentares, uma dupla explosão causou 11 mortes e deixou
vários feridos num mercado ao nordeste da capital. É o episódio mais
recente de uma longa sequência de ataques que precederam a primeira
eleição parlamentar desde a retirada das tropas dos EUA em 2011.
Dom Shlemon Warduni, bispo auxiliar de Bagdad dos Caldeus, disse à
Rádio Vaticano que "as eleições são o evento mais importante para o
país" neste momento, mas ocorrem numa situação muito difícil por causa
dos actos terroristas.
"Todos querem paz e segurança para que as eleições sejam realmente
boas e fáceis para o povo iraquiano. Esperamos que se aprenda com toda
esta experiência negativa, para podermos chegar a um momento bom e
positivo para a nação".
Testemunhas locais afirmam que os ataques são uma tentativa dos
militantes islâmicos radicais de dissuadir os eleitores de votar,
informou a agência Asianews.
O ataque de ontem aconteceu na cidade de Al-Saadiyah, a 140 km de Bagdad. A primeira bomba foi colocada no centro do principal mercado de
frutas e verduras e a segunda foi posta perto de uma das saídas. Segundo
a agência de notícias, "não há reivindicação oficial de autoria por
enquanto, mas parece provável que os autores estejam vinculados a uma
facção da Al-Qaeda afim ao movimento sunita, que vem tentando
deslegitimar o governo central iraquiano composto em grande parte por
xiitas, maioria no país".
Outras 25 pessoas mortas e 36 feridas foram o saldo da auto-imolação
de um terrorista suicida em um pequeno povoado do Curdistão iraquiano.
O patriarca caldeu Raphael I Mar Louis Sako vem condenando a
violência, que afecta principalmente a minoria cristã: "Os cristãos são
os que mais sofrem com o recrudescimento da violência em todo o Iraque,
porque não mantêm filiações tribais como os árabes muçulmanos. A única
maneira que os cristãos têm de resolver as disputas é o sistema legal
iraquiano, frequentemente criticado pela corrupção e sujeito à
manipulação política".
Passaram de 50 os mortos em ataques contra centros eleitorais em
diversas partes do país no dia em que, antecipando-se ao voto oficial,
as forças de segurança foram às urnas para a renovação do parlamento,
dois dias antes da população civil. Foram cerca de um milhão os
representantes da polícia que exerceram o direito ao voto, junto com os
residentes no exterior. A população civil vota hoje.
(30 de Abril de 2014) © Innovative Media Inc.
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