Relata o Cardeal Barbarin durante Seminário sobre Comunicação da Igreja, na Universidade da Santa Cruz. Pe. Lombardi fala sobre o "estilo de comunicação" do Papa
Roma, 30 de Abril de 2014 (Zenit.org) Salvatore Cernuzio
"Eu vi a mão de Deus". Esta é a justificativa de Francisco
para dedicar um Sínodo inteiro, em Outubro, sobre o tema da família. O
próprio Pontífice revelou aos Cardeais reunidos no consistório de Fevereiro, conforme relatado pelo Cardeal Philippe Barbarin, Arcebispo
de Lyon, durante o IX Seminário sobre a Comunicação da Igreja, promovido
pela Faculdade de Comunicação Institucional da Pontifícia Universidade
da Santa Cruz.
"Não surpreende o fato de que o Papa tenha confiado o trabalho do
Sínodo sobre a família à intercessão dos dois novos papas santos, para
ser conduzido na docilidade do Espírito Santo", disse o cardeal. Sobre
esta questão, é quase inevitável "unir-se em oração, porque as apostas
em jogo são muito altas”.
O Cardeal fala pela experiência vivida, trabalhando em um país onde o
processo de secularização leva "a considerar como direito fundamental
da pessoa", a adopção de leis contra o matrimónio e a vida. Por isso, foi
reconfortante ver o"significativo testemunho dado pelos católicos
franceses", que nos últimos tempos é manifestado através de grandes
eventos, onde o elemento central é a oração. Para um crente, disse
Barbarin, "há verdades que não são riscadas pela maioria no parlamento.
Se existe um fundamento antropológico definitivo, dura para sempre”.
Além do arcebispo de Lyon, o Seminário contou com a presença de
Vaticanistas conhecidos como Valentina Alazraki da Televisa; Lucio
Brunelli voz histórica do TG2 agora TV2000; Antoine- Marie Izoard da
agência I-Mídia e Elizabeth Piqué amig e biógrafa de Bergoglio, do La
Nación. Na primeira sessão, os jornalistas descreveram suas
experiências, um ano após a eleição de Francisco, procurando esboçar as
qualidades comunicativas e as novidades introduzidas nas medias.
A segunda sessão, moderada por Mons. Domenico Pompili, director de
comunicação da Conferência Episcopal Italiana (CEI), reuniu em torno da
mesma mesa os responsáveis pela comunicação da Conferência Episcopal
da Inglaterra e Gales, que dedicaram especial atenção à "relação entre a
comunicação off-line e on-line".
Na manhã desta quarta-feira, os participantes estiveram presentes na
audiência geral com o Papa Francisco. No coração da comunicação do
Vaticano foi realizado o encontro final do Seminário com a participação
do Director, Padre Federico Lombardi, que expressou sua "grande alegria"
pelo pontificado de Bergoglio e, em particular, "no sentido do anúncio
do amor e da misericórdia de Deus como uma mensagem muito clara e
eficaz".
O jesuíta evidenciou os traços característicos do estilo de
comunicação do Papa, os mesmos marcados no coração de todos por este
Papa "do fim do mundo": simplicidade, concretude, palavras simples e
eficazes, atitudes e gestos muito comunicativos, que manifestam directamente amor e misericórdia. Um exemplo disso foi o Lava-pés na
Quinta-feira Santa de 2013, realizado entre os jovens detidos. O
primeiro gesto de Francisco que causou "enorme impacto", afirmou Pe.
Lombardi. Bem como o fato da atenção do Papa para com os doentes e
sofredores, “sendo os primeiros a serem cumprimentados, depois dos
bispos" durante as audiências.
No entanto, em pouco mais de um ano "ainda não vimos tudo", assegurou
o director da Sala de Imprensa, há "muitas coisas que temos de aprender e
ver". Começando com as próximas viagens papais à Terra Santa, no final
de maio, e à Coreia, em Agosto, que serão "novos passos para ver a
comunicação da mensagem do Santo Padre para o mundo".
Uma mensagem revolucionária graças à "espontaneidade da comunicação"
do Pontífice, que rompe todos os esquemas: "Ele não tem barreiras –
disse Pe. Lombardi – como quando gira na Praça de São Pedro e vai para
cima e para baixo do jipe e pega as crianças ou leva para cima algumas
pessoas". E "não tem também na vida quotidiana, quando quer dizer algo a
uma pessoa, pega o telefone e fala”.
Muitas vezes, Pe. Lombardi teve que mediar polémicas ou negar
notícias sobre supostas palavras do Santo Padre. Ele mesmo admitiu que o
seu trabalho como porta-voz da Santa Sé "aumentou quantitativamente".
Também porque se tornou menos programável e cada vez mais imprevisível,
explicou. O efeito surpresa "é uma característica deste Pontificado”:
um aspecto - disse o jesuíta - "ao qual devemos nos acostumar e ver uma
dimensão espiritual positiva, ou seja, a caminho com o Espírito" que,
como todos sabem, sopra onde quer.
Mesmo em seus contactos pessoais, Bergoglio não segue um padrão:
“temos contactos breves”, disse Lombardi, mas também conversas “mais
extensas e mais profundas”, embora seja “raro”, uma vez que “o Papa é
uma pessoa muito rápida e reactiva”.
Assim como o Cardeal Barbarin, por fim, Padre Lombardi sinalizou que o
próximo Sínodo sobre a Família será "um momento muito exigente, que
tocará temas e questões sensíveis e com uma grande participação do povo
cristão". Será, portanto, "uma grande iniciativa" que precisa de muita
"coragem e confiança". E Bergoglio, há um ano, tem demonstrado ter
bastante.
(Trad.:MEM)
(30 de Abril de 2014) © Innovative Media Inc.
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