Reunidos para 184ª plenária da CEP, episcopado também se pronuncia sobre as eleições ao Parlamento Europeu
Brasília, 02 de Maio de 2014 (Zenit.org) Lilian da Paz
Nesta quinta-feira, 1º de Maio, a Conferência Episcopal
Portuguesa (CEP), reunida em Fátima desde 30 de Abril para a 184ª
plenária da instituição, manifestou total desacordo com a legalização da
maternidade de substituição ou barriga de aluguer. A proposta legislativa está sendo discutida na Assembleia da República do país e vem recebendo inúmeras críticas da Igreja.
Dom Manuel Clemente, presidente da Conferência Episcopal
Portuguesa, não quer que a proposta legislativa seja aprovada. Para ele,
a relação estabelecida na gestação não é algo superficial. "A relação
uterina entre aquela que gera e aquele que está a ser gerado é muito
forte”, sublinhou.
De acordo com nota publicada pelo episcopado, é ilusório pensar que a
proposta legislativa vai trazer benefícios para os envolvidos:
A natural aspiração à maternidade e paternidade não pode
traduzir-se num pretenso direito ao filho, como se este pudesse ser
reduzido a instrumento. A criança nascida de uma mãe contratualmente
obrigada a abandoná-la não pode deixar de sofrer com o trauma desse
abandono, conhecidos que são, cada vez mais, os laços que se criam entre
mãe e filho durante a gestação.
A mãe gestante não pode, também ela, ser instrumentalizada e
reduzida a uma incubadora, como se a gravidez não envolvesse
profundamente todas as dimensões da sua pessoa e a obrigação de abandono
do seu filho não contrariasse o mais forte, natural e espontâneo dos
deveres de cuidado. A experiência revela que só o desespero de mulheres
gravemente carenciadas as leva a aceitar tão traumatizante prática,
sendo ilusório pensar que o fazem de bom grado ou gratuitamente.
Eleições
A Assembleia Plenária da CEP aproveitou a ocasião para divulgar a nota pastoral Votar por uma Europa melhor, que ressalta a importância do voto nas eleições para o Parlamento Europeu, no próximo dia 25 de Maio.
Estas eleições são uma particular ocasião em que todo o cidadão
responsável deve aproveitar para, pelo seu voto, contribuir para a
construção de uma Europa mais aberta e inclusiva, que justamente
privilegie os mais pobres e marginalizados, que promova o diálogo
intercultural e defenda a liberdade religiosa, em que a economia e as
finanças não se arvorem em governos autocráticos, mas sirvam a pessoa
humana e o bem comum. É recordado o direito e o dever moral de votar.
Para os cristãos significa também o dever de não trair, na votação, a
sua consciência iluminada pelos valores do Evangelho de Cristo.
(02 de Maio de 2014) © Innovative Media Inc.
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