A notícia caiu
inesperada. Quando todos achavam que ele faleceria em breve, Francisco
resistiu; quando as aparições públicas faziam notar a sua vontade de
permanecer (ou talvez estava já em despedidas), ele partiu. Não consigo
deixar de notar que o falecimento do Papa aconteceu no dia seguinte à
celebração conjunta da Páscoa, aquela que ele queria que permanecesse assim:
num caminho de unidade. Ao mesmo tempo que ressoam os apelos à paz, a partir
daquela varanda de São Pedro, o pedido pelo fim do armamento e a sua
preocupação com quem sofre perante os conflitos. De forma transversal
as reações à morte do Papa Francisco fazem notar o homem líder da Igreja mas
protagonista de uma liderança ética que o mundo precisa, os gestos que
colocavam os pobres no centro, a aproximação às margens, a centralidade do
Evangelho e das ações de Jesus, que geram respeito entre não crentes, que
causam silêncio entre os que o admiravam à distância. Percebe-se a comoção
na voz com quem falamos, as fotografias que inundam as redes sociais, as
palavras de admiração perante uma pessoa que trouxe para o centro a
simplicidade do fim do mundo. Tudo isso encontra no
portal de informação da Agência
Ecclesia: homenagens, palavras de estruturas, de bispos, de leigos, de
crentes e buscadores. Nesta segunda-feira a palavra foi unânime e a tristeza
acompanhou. Eu não tenho nenhuma
fotografia com o Papa Francisco, nem a recordação de por um minuto termos
cruzado o olhar. Nada. Mas o sentimento de tristeza não me deixa. Inteireza,
proximidade, coragem, ética, oração, simplicidade, gestos, abraços,
confiança, amor, sorriso, empatia, justiça, paz, coragem, fé, luminosidade,
transparência, diálogo, processo, esperança! Todos! Obrigada! |
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