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sexta-feira, 18 de abril de 2025

Antoni Gaudí: O “arquiteto de Deus” – e da Sagrada Família – já é venerável

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Nascido em 1952, Gaudí trabalhou na Basílica da Sagrada Família a partir de 1883 até ao final da sua vida. Foto: Direitos reservados

A caminho da beatificação

 | 15/04/2025

O Papa aprovou nesta segunda-feira, 14 de abril, o decreto que reconhece as “virtudes heróicas” do arquiteto espanhol Antoni Gaudí, conhecido sobretudo pelo seu trabalho na construção da basílica da Sagrada Família, em Barcelona, através do qual manifestou não apenas a sua genialidade artística, mas também a sua busca incessante de Deus.

“Cristão convicto e praticante, assíduo aos sacramentos, [Gaudí] fez da arte um hino de louvor ao Senhor, a quem oferece os frutos do seu trabalho, que considera uma missão para fazer com que as pessoas conhecessem e se aproximassem de Deus”, sublinha o Vatican News na notícia que dá conta da aprovação do decreto por Francisco.

O decreto foi tornado público após uma audiência concedida por Francisco ao cardeal Marcello Semeraro, prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos. Antoni Gaudí tornou-se, assim, “venerável”, naquele que é o passo que antecede a beatificação. Para que esta ocorra, é necessária a aprovação de um milagre atribuído à sua intercessão. Depois, para que um beato seja canonizado ou tornado santo, é preciso que um segundo milagre seja aprovado.

Basílica da Sagrada Família, em Barcelona, janeiro 2025. Foto Basílica de la Sagrada Família.

A construção da Basílica da Sagrada Família deverá estar concluída em 2026, ano do centenário da morte do arquiteto. Foto ©  Basílica de la Sagrada Família

Conhecido como o “arquiteto de Deus”, Gaudí – nascido em 1952 – trabalhou na Sagrada Família a partir de 1883 até ao final da sua vida. Durante esse período, foi passando cada vez mais tempo em oração, abandonou a carne e o álcool, desfez-se da sua riqueza e investiu o dinheiro na melhoria da vida dos pobres do seu bairro, ao mesmo tempo que se entregava à construção da Sagrada Família, “convencido de que Deus o havia chamado para essa grande tarefa. Morreu, após ser atropelado por um elétrico, aos 72 anos: um mendigo amado, louvado como génio e admirado como santo”, descreve o vaticanista britânico Austen Ivereigh.

A Igreja Católica está agora a caminho de torná-lo santo “oficialmente”, “não por causa da sua magnífica criação – embora, é claro, a Sagrada Família não possa ser separada da sua fé –, mas por causa das evidências e dos frutos de uma vida voltada para Deus, assinala o jornalista.

O processo de beatificação do arquiteto começou por ser promovido há já 30 anos pela Associação para a Pró-Beatificação de Antoni Gaudí, e em 2023 o cardeal e arcebispo de Barcelona, ​​Juan José Omella, instituiu a Associação Canónica que sucedeu à civil. A nova associação enviou a positio, ou argumentos fundamentais para a causa de beatificação de Gaudí, ao Dicastério para as Causas dos Santos em dezembro desse ano.

Quanto à basílica da Sagrada Família, quase 150 anos depois do início da sua construção, deverá estar concluída em 2026, ano do centenário da morte do arquiteto, estimando-se que alguns trabalhos possam ainda prolongar-se até 2034.




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