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terça-feira, 31 de dezembro de 2024

“Notre-Dame, conhecem?” Encontro de Taizé em 2025 será em Paris

Anunciado em Talin

 | 30 Dez 2024

Taizé, Talin, oração, irmão Matthew

Momento da oração da noite de segunda-feira, 30 de Dezembro, em Talin (Estónia), em que foi anunciado o encontro de 2025 em Paris. Foto reproduzida do vídeo da transmissão.

“Notre-Dame, conhecem?” Foi desta forma que o arcebispo de Paris, Laurent Ulrich, começou por se dirigir aos jovens que neste final da tarde de segunda-feira, 30, rezaram em Talin (Estónia), num dos últimos momentos colectivos do encontro europeu de jovens integrado na “peregrinação de confiança na terra”, antes de lhes falar de Paris e da sua catedral, que momentos antes fora anunciada como a cidade que irá acolher o encontro do próximo ano.

Antes disso, o irmão Matthew, prior de Taizé, fizera uma curta meditação e disse depois que o próximo encontro seria “num país com sete cadeias de montanhas importantes”, que “produz 1600 diferentes tipo de queijo” e que já “acolheu três vezes as olimpíadas de inverno”; e que a cidade foi “construída junto a um lindo rio” e tem uma “linda e relevante catedral”.

Voltando-se para uma das crianças que estava junto dele, perguntou-lhe: “Zacarias, sabes onde será o próximo encontro?” Ao que ele respondeu: “Paris e [região de] Île-de-France.” O momento pode ser revisto no vídeo a seguir:

“Notre-Dame espera-vos. Notre-Dame está feliz de vos acolher”, afirmou, para acrescentar: “Vinde visitar Notre-Dame, vinde bater à porta de Cristo, que vos espera. Ele toca à porta do vosso coração, ele espera-vos e vocês esperam-no a ele.”

Laurent Ulrich afirmou estar “feliz” com a ida dos jovens convocados por Taizé a Paris, mas que não é o “único”: a ele juntam-se os bispos católicos da região da Île-de-France, o Conselho das Igrejas Cristãs, o metropolita ortodoxo do Patriarcado de Constantinopla, e os presidentes da Federação Protestante e da Igreja Unida Protestante de França.

“Será uma festa, estamos muito orgulhosos, temos paróquias que são muito dinâmicas e que vos acolherão”, acrescentou uma das jovens francesas que acompanhavam o arcebispo e o irmão Matthew.

Ao longo deste ano, nos encontros semanais que decorrem em Taizé (aldeia da Borgonha, cerca de 100 quilómetros a norte de Lyon), os jovens terão como base da sua reflexão a carta “Esperar para além de toda a esperança”, escrita pelo irmão Matthew a partir dos “encontros e conversas com jovens que vivem em países em guerra ou em zonas de conflito ao longo do último ano”.

“Hoje, iniciativas incríveis de esperança estão a surgir em muitos países, onde a guerra está a fazer estragos”, escreve o prior de Taizé. Falando da “coragem de esperar” e da importância de “ouvir pessoas de esperança”, o irmão Matthew recorda o que uma palestiniana que vive em França, mas cuja família está em Gaza, escreveu à comunidade: “O amor que sustenta os feridos, os frágeis, dá novamente força. Faz‐me pensar no paralítico do Evangelho, carregado pelos seus amigos e pela sua fé. A oração é também uma forma de resistir, e para mim isso é importante. Mas sou humana: depois da notícia da morte de dois membros da minha família, a raiva tomou conta de mim, gritei, chorei… Quando recuperei a calma, sabia que Deus estava presente, no sofrimento e no desespero, e que ele nos ampara.” E no Verão, durante uma visita a Taizé, a mesma palestiniana disse aos irmãos de Taizé: “Todas as manhãs, rezo para encontrar a força de amar em vez de odiar.” O irmão Matthew conclui: “As suas palavras são para nós como uma lâmpada no caminho.”

“Permanecermos pessoas de esperança” é outra das sugestões da carta: “Tudo em nós resiste à guerra e à morte… Tudo em nós aspira à vida e à beleza”, sublinha o prior de Taizé. Que acrescenta: “Como peregrinos de paz, entendemos que não há verdadeira paz sem justiça. A paz que carregamos dentro de nós, que vem da esperança com que vivemos, torna‐nos interiormente livres. Permite‐nos amar a vida e resistir à injustiça, enquanto perseveramos movidos pelo Espírito Santo.”



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