No dia 06 de Dezembro de 2024, ocorreu em Beja uma conferência sob o tema:
D. Frei Manuel do Cenáculo
O homem e a sua circunstância
Testemunhos do tricentenário do nascimento
Bispo de Beja
Em 1770, o Papa Clemente XIV decidiu restaurar a antiga Diocese de Beja, escolhendo Frei Manuel do Cenáculo para seu primeiro Bispo, tendo sido eleito a 5 de Março e confirmado a 4 de Setembro desse mesmo ano. Foi sagrado bispo pelo Cardeal Francisco de Saldanha da Gama na Capela Real da Ajuda a 28 de Outubro do mesmo ano.
Retido em Lisboa ao serviço do rei D. José I, foi o principal sagrante de D. Luis da Anunciação Azevedo, O.P., 15.º Bispo da Diocese Angola e Congo.
A 18 de Maio de 1777, após a morte do mencionado monarca, tomou posse e entrou solenemente na Diocese de Beja. Estabeleceu na sede da diocese bejense e em todos os seus arciprestados o uso das conferências eclesiásticas, fundando a Academia Eclesiástica de Beja em 1793, e instituindo no seu próprio paço episcopal um curso de humanidades. Procurou também implementar na Diocese novas formas de espiritualidade quer para o clero quer para o povo, encorajando a prática da oração mental atravé da meditação de diversos temas da vida de Cristo e da Doutrina. Reavivou antigas devoções, principalmente o culto mariano, proclamando a Virgem Maria como protectora da Diocese Bejense, o que ficou bem expresso na fundação que o mesmo bispo fez da Academia da Imaculada Conceição, em 1790, destinada a propagar a Sua devoção na Diocese restaurada. Desenvolveu o culto ao Santíssimo Sacramento e também o culto ao Sagrado Coração de Jesus ainda em expansão na Europa.
Foi ainda naquela cidade que começou a reunir uma importante colecção de peças arqueológicas, fazendo várias incursões a lugares da antiguidade como Mértola e Mérobriga (perto de Santiago do Cacém), juntando um valioso espólio lapidar e literário que transportou para Évora após a sua transferência como Arcebispo Metropolitano tendo sido, deste modo, o pioneiro dos museus em Portugal. Regeu a diocese até que foi eleito Arcebispo de Évora, deixando numerosas e notáveis pastorais e outros documentos, nos quais tratava de promover a instrução do clero, e outros assuntos relativos à fé e costumes, chegando muitos deles a serem impressos e divulgados na época. A este Prelado também se deve a dedicação da Igreja Matriz de Santiago do Cacém, a 1 de Setembro de 1800.
A 8 de Setembro de 1808, após a morte de D. Frei Joaquim do Rosário (1808), D. Fr. Manuel do Cenáculo, já como Arcebispo de Évora, escreveu uma pastoral em que se intitulava como arcebispo metropolitano de Évora com jurisdição na Diocese Bejense, anexando deste modo a diocese de Beja aos territórios da arquidiocese de Évora, até 1814.
O Pe. Manuel António do Rosário foi um dos participantes da conferência, ficam algumas imagens desses momentos:
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