Cerimónia conclusiva do Ano Santo extraordinário deixou mensagem centrada na reconciliação e no perdão
Cidade do Vaticano, 20 nov 2016 (Ecclesia) – O Papa presidiu hoje no
Vaticano à cerimónia conclusiva do Ano Santo extraordinário, o Jubileu
da Misericórdia, e defendeu uma Igreja Católica “livre” e “pobre” para
melhor cumprir a sua missão.
“Este tempo de misericórdia chama-nos a contemplar o verdadeiro rosto
do nosso Rei, aquele que brilha na Páscoa, e a descobrir novamente o
rosto jovem e belo da Igreja, que brilha quando é acolhedora, livre,
fiel, pobre de meios e rica no amor, missionária”, disse, perante
milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro.
Na Missa da Solenidade de Cristo-Rei, com vários membros do Colégio
Cardinalício, incluindo os que foram criados cardeais este sábado,
Francisco convidou todos a não fechar nunca as “portas da reconciliação e
do perdão”, para saber “ultrapassar o mal e as divergências, abrindo
todas as vias possíveis de esperança”.
“Com efeito, embora se feche a Porta Santa, continua sempre escancarada
para nós a verdadeira porta da misericórdia que é o Coração de Cristo”,
sustentou, após ter iniciado a celebração com o rito de encerramento da
porta jubilar na Basílica do Vaticano.
O pontífice argentino rejeitou a busca de “seguranças gratificantes”
por parte da Igreja, que deve procurar “regressar ao essencial”, ao
“coração do Evangelho”, que é a misericórdia.
“Quantas vezes nos sentimos tentados a descer da cruz! A força de
atração que tem o poder e o sucesso pareceu um caminho mais fácil e
rápido para difundir o Evangelho, esquecendo depressa como atua o reino
de Deus”, advertiu.
Francisco apresentou uma reflexão sobre a “realeza perene e humilde de
Jesus”, a respeito da solenidade de Cristo-Rei, que assinala também o
final do ano litúrgico.
O “domínio de amor” de Jesus Cristo, explicou, exige uma resposta
pessoal, que não ceda à tentação da busca “glória” e do “sucesso”, com a
certeza de que, com Deus, “é sempre possível recomeçar, levantar-se”.
O Papa quis evocar os “muitos peregrinos” que atravessaram as Portas
Santas nas catedrais e santuários de todo o mundo, “longe do fragor dos
noticiários”.
“Agradeçamos ao Senhor por isso e recordemo-nos de que fomos investidos
em misericórdia para nos revestirmos de sentimentos de misericórdia,
para nos tornarmos, nós também, instrumentos de misericórdia”, concluiu.
O Papa Francisco encerrou hoje o Jubileu da Misericórdia, iniciado a 8
de dezembro de 2015, o 29.º Ano Santo na história da Igreja Católica.
OC
in
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