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Francisco falou aos consagrados que participam num simpósio sobre economia
Cidade do Vaticano, 26 nov 2016 (Ecclesia) - O papa Francisco disse
hoje que a hipocrisia com que muitos consagrados vivem fere a
consciência dos fiéis e prejudica a Igreja e apelou a estilos de vida
sóbrios e sustentáveis, baseados nos discernimento.
“A hipocrisia dos consagrados que vivem como ricos fere a consciência
dos fiéis e prejudica a Igreja”, advertiu o Papa aos participantes do
Simpósio internacional sobre economia organizado pela Congregação para
os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica.
O Papa Francisco afirmou que não basta fazer o voto de pobreza para ser pobre.
“Não basta esconder-me atrás da afirmação de que «não possuo nada
porque sou religioso, religiosa, se meu instituto me permite administrar
ou desfrutar de todos os bens que desejo e controlar as fundações civis
criadas para manter as próprias obras, evitando assim o controle da
Igreja»".
Francisco criticou quem na Igreja pensa que as leis da economia são
independentes das considerações éticas e faz avaliações numa análise
"custos-benefícios e do valor do mercado".
"Que Deus nos livre do espírito do funcionalismo e de cair na armadilha
da avareza", sublinhou, pedindo aos consagrados a capacidade de
discernimento para não esquecer os carisma, a graça, os dons que os
"padres fundadores" deixaram.
"Os carismas na Igreja não são peças de museu, algo estático ou rígido.
O carisma é sempre uma realidade viva, chamada a frutificar e devemos
combater uma certa vontade de fazer «arqueologia carismática»",
defendeu.
Relembrando que a vida consagrada é "o sonho do Reino de Deus",
Francisco apelou à fraternidade, comunhão e solidariedade com os mais
pobres e carentes, onde cada um "é chamado a fazer a sua parte".
"Se quisermos ser realmente humanos, devemos dar espaço ao princípio de gratuidade como expressão de fraternidade”.
Francisco disse tratar-se de "adquirir um costume", um estilo de vida
"marcado pela justiça e pela partilha", reconhecendo "com honestidade,
que é o que temos de fazer".
Pede o Papa que se repense a economia a partir "do sussurro de Deus",
"do grito dos pobres: os pobres de todos os tempos e os novos pobres".
Francisco advertiu ainda para a lógica do "individualismo" que afeta as
comunidades e impede a "comunhão entre instituições religiosas".
"Podemos encontrar formas de colaboração com outras instituições ou
talvez transformar o mesmo trabalho uma obra da Igreja", sustentou
afirmando que "repensar a economia" precisa de expressar as "implicações
sociais e eclesiais de opções económicas de institutos de vida
consagrada".
LS
in
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