Foto: João Fernandes/Missão Press - Marcelo Rebelo de Sousa no I Fórum Missionário de Braga |
Presidente da República no I Fórum Missionário da Arquidiocese de Braga
Braga, 26 nov 2016 (Ecclesia) – O presidente da República disse esta
sexta-feira em Braga que a humanidade é “denominador comum” que a todos
une e que ser missionário hoje implica cuidar “a dignidade da pessoa
humana”.
Na conferência de abertura do primeiro Fórum Missionário da
Arquidiocese de Braga, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que o que une
todos “passa sempre pela dignidade da pessoa humana, na sua projeção
concreta em cada tempo e em cada espaço específico”.
“O que nos une a todos suporá inevitavelmente vida, saúde, educação,
formação justiça interjecional, liberdade que afaste autoritarismos,
coesão social que contradiga classismos marginalizadores. É isto ser-se
missionário hoje, mais perto ou mais longe”, defendeu o presidente da
República.
Para o chefe de Estado português, “a realização pessoal tem de passar
pelos diversos membros da comunidade” e as comunidades mais
desenvolvidas “são aquelas em que os indicadores qualitativos completam
os indicadores meramente quantitativos e estes retratam realidades
coesas e homogéneas sem disparidades afrontosas de condições de vida”.
Numa conferência sobre o tema ‘O Que Nos Une a Todos’, Marcelo Rebelo
de Sousa sublinhou que a humanidade é o “denominador comum feito de uma
identidade substancial que supera tempos, espaços e modos muitos
diversos, sem os negar ou esvaziar”.
“Todos somos essencialmente iguais, temos todos a mesma dignidade”, sustentou.
“Lamentável se configura o tropismo para o regresso a racionalismos,
relativismos, xenofobias, racismos, egoísmos de grupo que pretendam
distinguir entre eleitos e rejeitados, puros e espúrios”, sublinhou.
Marcelo Rebelo de Sousa referiu ainda que, antes de construir
políticas, é necessário “edificar laços humanos, culturais, educativos,
sociais” e que um dos fracassos deste tempo é a “fragmentação do
humano”, a que se “somou a primazia do económico ou do político, do
utilitarista na fruição dos bens económicos ou detenção do poder
político”.
“Temos o estrito dever de promover a paz, o desenvolvimento os direitos
fundamentais e de combater a pobreza, a miséria a opressão, as
desigualdades e as injustiças, dos mais próximos aos mais distantes,
passando pelos migrantes, pelos refugiados, pelos deslocados, pelos
ostracizados”, acrescentou.
A abertura do primeiro Fórum Missionário foi feita pelo arcebispo de
Braga, afirmando que “a solidariedade, a amizade, o humanismo, seja ele
cristão ou simplesmente filantrópico” são fatores de união.
D. Jorge Ortiga defendeu que mais do que a “necessidade de consensos”, é
necessário apostar no diálogo, porque o “consenso nos dias correntes
revela cedência” para se atingir um fim e tem na base um “conflito
latente”, enquanto o diálogo “é a transformação da realidade” e
transmite “verdade, confiança, esperança, afeto e proximidade”.
“Só o diálogo constrói algo de novo”, disse o arcebispo de Braga antes
da comunicação do presidente da República, anunciando a sua presença em
março de 2017 no mesmo auditório para falar de multiculturalismo.
O primeiro Fórum Missionário da Arquidiocese Braga iniciou esta
sexta-feira, é promovido pelo Centro Missionário Arquidiocesano de Braga
no Auditório Vita e decorre durante este sábado em torno de quatro
debates sobre ‘Refugiados no século XXI’, ‘Desporto no mundo
globalizado’, ‘A mulher na sociedade’ e ‘Comunicação social: convivência
entre o local e o global’; D. Carlos Filipe Ximenes Belo, bispo emérito
de Dili, faz a conferência de encerramento.
PR
in
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