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domingo, 27 de novembro de 2016

O rouxinol

Gosto de pensar no lar de Nazaré, um lar humilde, constituído por um artesão, talvez um carpinteiro, que tinha por nome José e pela Mãe, provavelmente dona de casa; já ouvi também que talvez fosse costureira, mas o que certamente faria muito bem era cuidar do filho e do marido. Perdoem-me, se não resisto a transcrever o Hino de Amor de João de Deus:
 
“Andava um dia em pequenino, nos arredores de Nazaré, em companhia de São José, o Bom Jesus o Deus-Menino. Eis senão quando vê num silvado andar piando, arrepiado e esvoaçando, um rouxinol, que uma serpente de olhar de luz resplandecente como a do sol, e penetrante como diamante, tinha atraído tinha encantado.
 
Jesus, doído do desgraçado do passarinho, sai do caminho, corre apressado, quebra o encanto; foge a serpente e de repente o pobrezinho, salvo e contente, rompe num canto tão requebrado, ou antes pranto tão soluçado, tão repassado de gratidão, de uma alegria, uma expansão, uma veemência, uma expressão, uma cadência, que comovia o coração!
 
Jesus caminha no seu passeio, e a avezinha continuando no seu gorjeio, enquanto o via: de vez em quando lá lhe passava a dianteira; e mal pousava, não afrouxava nem repetia, que redobrava de melodia!
 
Assim foi indo e O foi seguindo. De tal maneira, que noite e dia, numa palmeira, que havia perto de onde morava Nosso Senhor em pequenino (era já certo) ela lá estava a pobre ave, cantando o hino, terno e suave, do seu amor ao Salvador!”

Parece-me que seremos gratos como o pequeno rouxinol, se vivermos com alegria a nossa vida, o nosso dia-a-dia.
 
O Papa Francisco ensinou-nos os 10 mandamentos da felicidade:
- Viver e deixar viver
- Esquecer o que é negativo, não falar mal, dizendo apenas o que é positivo
- Procurar a paz com todas as nossas forças
- Viver os domingos em família
- Brincar com as crianças
- Respeitar quem pensa diferente de nós
- Ajudar os jovens a encontrar trabalho
- Agir respeitosamente com todos
- Juntar-se aos outros sendo um membro activo da comunidade
- Respeitar a natureza.

O Papa diz que estamos a viver numa época de muitas guerras e o apelo à paz deve ser gritado e aí sim, poderemos deixar de ser tranquilos e calmos, para nos enchermos de dinamismo. Pensemos em todos os imigrantes mas principalmente nos que são expulsos das suas terras, dos seus lares, por causa da guerra.
 
Ter tempo para os filhos, brincar com as crianças apesar do ritmo de vida de hoje é essencial para a harmonia da família; as refeições conjuntas, sem a televisão, muitas vezes a debitar notícias de guerra e violência, são fundamentais para o desenvolvimento das crianças e o bom relacionamento entre todos.
O Papa, lembrando que as águas paradas geralmente se tornam salobras, diz ainda que as pessoas devem ser abertas e generosas com os outros porque se se aceitarem apenas as próprias opiniões tornam-se egocêntricas e paralisadas.

Só a união faz a força e a diversidade na unidade, com a comunicação entre todos é fundamental para a harmonia e paz.

É desnecessário dizer que não é possível falar de paz a quem tudo falta, daí a importância da solidariedade da ajuda entre todos.

A natureza é um presente de Deus e por isso deve ser cuidada e respeitada como um dos maiores desafios da humanidade, e protegida como Jesus criança protegeu o rouxinol.

Nestes dias do Advento, que significa espera e preparação, é tempo de nos prepararmos para receber o Deus Menino.

Maria Teresa Conceição
professora aposentada









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