Os sacerdotes que absolvam o pecado do aborto deverão fazer uma reflexão que ajude a compreender o crime cometido
Roma,
01 de Setembro de 2015
(ZENIT.org)
Sergio Mora
A prerrogativa que concedeu o papa Francisco, durante o Ano Jubilar
da Misericórdia, para que os sacerdotes possam perdoar o pecado do
aborto não significa minimizar este crime, mas dar a entender, àqueles
que o cometeram, a gravidade do mesmo.
Foi o que disse nesta terça-feira o Pe. Federico Lombardi, em algumas
declarações realizadas na Sala de Imprensa do Vaticano, apontando que
no texto o Papa é claro, pois indica aos sacerdotes que “devem
preparar-se para esta grande tarefa” sabendo conjugar “palavras de
genuína acolhida com uma reflexão que ajude a compreender o pecado
cometido”.
Além do mais, os sacerdotes, continuou o porta-voz, deverão “indicar
um caminho de conversão verdadeira para chegar a acolher o autêntico e
generoso perdão do Pai que tudo renova com a sua presença”.
E precisou que, normalmente, o perdão do pecado para aqueles que
cometeram ou participaram de alguma forma em um aborto, pode ser
dispensado apenas pelo bispo local ou pelo sacerdote por ele indicado.
Para comemorar este evento, o Papa "decidiu conceder a todos os
sacerdotes, neste Ano Jubilar, não obstante qualquer questão contrária, a
faculdade de absolver do pecado do aborto aqueles que o praticaram e
arrependidos de coração pedem, por isso, perdão”.
Lombardi observou ainda que o Santo Padre indica em sua carta enviada
a Mons. Fisichella, presidente do Pontifício Conselho para a Nova
Evangelização, que “um dos graves problemas do nosso tempo é,
certamente, a mudança da relação com a vida. Uma mentalidade muito
generalizada que causou uma perda da devida sensibilidade pessoal e
social para a aceitação de uma nova vida. Alguns vivem o drama do aborto
com uma consciência superficial, quase sem perceber o dano gravíssimo
que envolve um ato desse tipo".
Por isso insistiu o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, o perdão
tem de abrir as portas para a conversão daqueles que cometeram esse
pecado.
"O perdão de Deus – escreve o Pontífice na carta – não pode ser
negado à pessoa que tenha se arrependido, especialmente quando com
coração sincero se aproxima do Sacramento da Confissão para obter a
reconciliação com o Pai”.
O porta-voz do Vaticano disse que este direito estendido aos sacerdotes será válido durante o Jubileu da Misericórdia.
O texto escrito pelo Papa reconhece as dificuldades que vivem as
pessoas que o praticaram: “Muitos outros, pelo contrário, mesmo vivendo
esse momento como uma derrota, consideram não ter outro caminho para
percorrer. Penso, especialmente, em todas as mulheres que recorreram ao
aborto. Conheço bem os condicionamentos que as levaram a essa decisão”.
Em sua carta, o Papa também mostra que conhece profundamente o
assunto: "Eu sei que é um drama existencial e moral. Conheci muitas
mulheres que carregavam em seu coração uma cicatriz por essa escolha
sofrida e dolorosa. O que aconteceu é profundamente injusto; no entanto,
só o fato de compreendê-lo na sua verdade pode consentir não perder a
esperança”.
(01 de Setembro de 2015) © Innovative Media Inc.
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