Foi concedido pelo Conselho de Estado, informou o jornal Granma, como aconteceu em viagens de João Paulo II e Bento XVI
Roma,
11 de Setembro de 2015
(ZENIT.org)
Ivan de Vargas
O Governo de Cuba dará a amnistia para 3.522 prisioneiros por
ocasião da visita do Papa Francisco à ilha na próxima semana, uma medida
já tomada pelo Conselho de Estado nas outras visitas apostólicas
anteriores, de João Paulo II e Bento XVI.
Os prisioneiros agraciados foram escolhidos "considerando a natureza
dos crimes, seu comportamento na prisão, o tempo de cumprimento da
sanção e razões de saúde”, informou nesta quinta-feira à noite o jornal
Granma. "Esta decisão entrará em vigor no prazo de 72 horas",
acrescentou.
Entre aqueles que serão libertados destacam pessoas com mais de 60
anos de idade, jovens menores de 20 anos sem antecedentes criminais,
doentes crónicos, mulheres, muitos que deveriam beneficiar da
liberdade condicional no ano 2016, e uma parte daqueles que cumprem a
pena e trabalham em condições abertas, bem como estrangeiros cujo país
de origem garanta a sua repatriação, explicou o órgão do Comité Central
do Partido Comunista de Cuba (PCC).
"Com algumas exceções por razões humanitárias, não foram incluídos
sancionados por delitos de assassinato, homicídio, estupro, pederastia
com violência, corrupção de menores, roubo e abate ilegal de gado maior,
tráfico de drogas, roubo com violência e intimidação contra pessoas em
suas formas agravadas, nem aqueles por crimes contra a segurança do
Estado", destacou o jornal cubano.
No caso dos estrangeiros, o jornal oficial do PCC destacou que "o
Ministério das Relações Exteriores coordenará com as missões
diplomáticas acreditadas em Cuba daqueles países cujos cidadãos foram
beneficiados pelo perdão, as medidas a serem tomadas para a partida
definitiva destes".
Também assegurou que "o Ministério do Interior vai coordenar com os
ministérios do Trabalho e da Segurança Social e Saúde Pública, e com os
respectivos conselhos de administração provinciais do Poder Popular e do
Município Especial Isla de la Juventud as ações necessárias para a
reinserção e a atenção médica dos perdoados que pedirem”.
A nota publicada no jornal Granma não esclarece se os nomes dos
amnistiados coincidem com as listas que promoveu a Comissão Cubana de
Direitos Humanos e Reconciliação Nacional (CCDHRN), as petições da
Igreja Católica em Cuba ou outras entidades da sociedade civil. Muito
menos faz menção àqueles que estão presos sem terem sido julgados.
O Santo Padre vai viajar para Cuba entre o 19 e o 22 de setembro, numa viagem que o levará depois aos Estados Unidos. O Pontífice visitará
as cidades da Havana, Holguín e Santiago de Cuba, no oeste do país, uma
viagem considerada histórica, já que o Papa Francisco interveio no
processo de degelo entre Havana e Washington.
(11 de Setembro de 2015) © Innovative Media Inc.
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