O desejo de acolher uma criança que
sofreu o trauma do abandono é fruto da fecundidade espiritual capaz de
vencer a esterilidade física
Roma,
01 de Setembro de 2015
(ZENIT.org)
Osvaldo Rinaldi
Discutem-se em muitos países o direito dos casais homossexuais à adoção de crianças.
Os defensores dessa lei reivindicam o direito da laicidade do Estado, como se a questão da adoção de crianças por casais homossexuais fosse apenas um problema religioso e não, primariamente, uma questão natural.
Já a drástica redução do número de adoções por parte das famílias naturais, fundamentadas no matrimónio entre um homem e uma mulher, é um fator que mal se aborda nesses mesmos países. Na Itália, por exemplo, a falta de interesse no assunto é evidenciada pelo fato de que CAI (Comissão de Adoções Internacionais) ainda não publicou seu relatório estatístico de 2014, que todo ano era publicado a mais tardar no final de fevereiro.
O atraso da publicação é aparentemente imputado à máquina burocrática. Na verdade, porém, ele reflete a falta de interesse na missão social e humana que, nas últimas décadas, tornou as famílias italianas apreciadas em muitos países do mundo.
Não haverá uma intencionalidade neste atraso? Por exemplo, deixar o assunto despercebido até que se aprove a chamada Lei Cirinnà, cujo objetivo é legalizar no país a adoção de crianças por casais homossexuais. O parlamento italiano está tentando, em outras palavras, alterar a natureza da missão adotiva, destruindo a vontade das famílias e mantendo inalterados os longos tempos de espera e os custos elevados dos processos de adoção.
Curiosamente, a questão dos custos foi resolvida muito rapidamente no caso da fecundação heteróloga. Antes mesmo da aprovação da lei, a assembleia das regiões italianas redigiu uma proposta que reduzia o preço da fecundação heteróloga nos serviços de saúde pública. Já o peso económico para uma família que quer seguir o caminho da adoção internacional continuou intocado.
Dado este desequilíbrio de vontades, é urgente o despertar das consciências para voltar a enxergar a beleza da adoção por parte de um pai e de uma mãe. Muitas famílias escolhem as práticas da inseminação artificial homóloga ou heteróloga porque a burocracia obstaculiza a adoção com longos tempos de espera e com altos custos, além de haver uma tentativa de desvalorizar o acolhimento de uma vida abandonada.
A mentalidade relativista do nosso tempo não entende qual é a resposta mais natural à dolorosa esterilidade biológica. Depois de se recorrer às práticas médicas não invasivas para a saúde das mulheres e dos homens, a escolha para o casal que quer filhos é normalmente esta: adoção ou fertilização.
Por que os casais escolhem cada vez com mais frequência a fertilização? Por que a ideia de adotar causa tanta desconfiança e receio?
O desejo de acolher uma criança que sofreu o trauma do abandono é fruto da fecundidade espiritual capaz de vencer a esterilidade física. Um homem e uma mulher que escolhem a adoção têm clara a ideia de que ser pai e mãe é uma missão que vai além da geração.
O pai e a mãe adotivos têm a consciência de que o filho é um dom a ser recebido, mais do que uma vida a ser gerada. Aqueles que não receberam a graça de dar a vida biológica têm a imensa vocação de educar, acompanhar e compartilhar a vida, que tem o poder intrínseco de levantar, sobre os escombros do abandono e da infertilidade, o novo edifício fecundo e acolhedor da família adotiva.
Defender a missão adotiva não diz respeito apenas a poucas pessoas: é um projeto que merece ser promovido por todos, porque evoca uma filiação que vai além das regras da carne e uma paternidade e maternidade que revelam em sua gratuitidade a presença do transcendente neste mundo.
Os defensores dessa lei reivindicam o direito da laicidade do Estado, como se a questão da adoção de crianças por casais homossexuais fosse apenas um problema religioso e não, primariamente, uma questão natural.
Já a drástica redução do número de adoções por parte das famílias naturais, fundamentadas no matrimónio entre um homem e uma mulher, é um fator que mal se aborda nesses mesmos países. Na Itália, por exemplo, a falta de interesse no assunto é evidenciada pelo fato de que CAI (Comissão de Adoções Internacionais) ainda não publicou seu relatório estatístico de 2014, que todo ano era publicado a mais tardar no final de fevereiro.
O atraso da publicação é aparentemente imputado à máquina burocrática. Na verdade, porém, ele reflete a falta de interesse na missão social e humana que, nas últimas décadas, tornou as famílias italianas apreciadas em muitos países do mundo.
Não haverá uma intencionalidade neste atraso? Por exemplo, deixar o assunto despercebido até que se aprove a chamada Lei Cirinnà, cujo objetivo é legalizar no país a adoção de crianças por casais homossexuais. O parlamento italiano está tentando, em outras palavras, alterar a natureza da missão adotiva, destruindo a vontade das famílias e mantendo inalterados os longos tempos de espera e os custos elevados dos processos de adoção.
Curiosamente, a questão dos custos foi resolvida muito rapidamente no caso da fecundação heteróloga. Antes mesmo da aprovação da lei, a assembleia das regiões italianas redigiu uma proposta que reduzia o preço da fecundação heteróloga nos serviços de saúde pública. Já o peso económico para uma família que quer seguir o caminho da adoção internacional continuou intocado.
Dado este desequilíbrio de vontades, é urgente o despertar das consciências para voltar a enxergar a beleza da adoção por parte de um pai e de uma mãe. Muitas famílias escolhem as práticas da inseminação artificial homóloga ou heteróloga porque a burocracia obstaculiza a adoção com longos tempos de espera e com altos custos, além de haver uma tentativa de desvalorizar o acolhimento de uma vida abandonada.
A mentalidade relativista do nosso tempo não entende qual é a resposta mais natural à dolorosa esterilidade biológica. Depois de se recorrer às práticas médicas não invasivas para a saúde das mulheres e dos homens, a escolha para o casal que quer filhos é normalmente esta: adoção ou fertilização.
Por que os casais escolhem cada vez com mais frequência a fertilização? Por que a ideia de adotar causa tanta desconfiança e receio?
O desejo de acolher uma criança que sofreu o trauma do abandono é fruto da fecundidade espiritual capaz de vencer a esterilidade física. Um homem e uma mulher que escolhem a adoção têm clara a ideia de que ser pai e mãe é uma missão que vai além da geração.
O pai e a mãe adotivos têm a consciência de que o filho é um dom a ser recebido, mais do que uma vida a ser gerada. Aqueles que não receberam a graça de dar a vida biológica têm a imensa vocação de educar, acompanhar e compartilhar a vida, que tem o poder intrínseco de levantar, sobre os escombros do abandono e da infertilidade, o novo edifício fecundo e acolhedor da família adotiva.
Defender a missão adotiva não diz respeito apenas a poucas pessoas: é um projeto que merece ser promovido por todos, porque evoca uma filiação que vai além das regras da carne e uma paternidade e maternidade que revelam em sua gratuitidade a presença do transcendente neste mundo.
(01 de Setembro de 2015) © Innovative Media Inc.
in
Sem comentários:
Enviar um comentário