1. Bênção das Pastas em Beja
No dia 23 de maio Beja voltou a ser palco de uma bênção de finalistas, vulgarmente chamada de bênção das pastas das várias escolas do ensino superior do Instituto Politécnico, que trouxe à cidade sempre pacata milhares de pessoas de todo o país. Embora por poucas horas, este é o evento que, depois da Ovibeja, mais gente traz a esta capital de distrito. Nestes meus 16 anos como bispo de Beja, foi a primeira vez que este acontecimento se realizou no recinto do Instituto, dado que o pavilhão multiusos da feira de Beja, onde nos últimos anos se realizava esta festa, não reunia condições acústicas para uma celebração festiva litúrgica. Foi também a primeira vez que consegui proclamar a homilia que tinha preparado, apesar de a maioria das pessoas ficar ao sol e de pé.
No dia 23 de maio Beja voltou a ser palco de uma bênção de finalistas, vulgarmente chamada de bênção das pastas das várias escolas do ensino superior do Instituto Politécnico, que trouxe à cidade sempre pacata milhares de pessoas de todo o país. Embora por poucas horas, este é o evento que, depois da Ovibeja, mais gente traz a esta capital de distrito. Nestes meus 16 anos como bispo de Beja, foi a primeira vez que este acontecimento se realizou no recinto do Instituto, dado que o pavilhão multiusos da feira de Beja, onde nos últimos anos se realizava esta festa, não reunia condições acústicas para uma celebração festiva litúrgica. Foi também a primeira vez que consegui proclamar a homilia que tinha preparado, apesar de a maioria das pessoas ficar ao sol e de pé.
Na homilia desenvolvi alguns pensamentos que julgo de importância para ajudar estes jovens que terminaram os seus cursos a construir uma sociedade menos desigual, mais fraterna, justa e ecológica.
Comecei por interrogar os finalistas se estavam convencidos que os seus respetivos cursos os ajudariam a orientar a sua vida e a contribuir para o progresso da sociedade, não apenas na área tecnológica, mas em todos os sentidos da vida humana. Por isso exortei-os a não procurar apenas uma realização pessoal na área económica, mas a desenvolver as capacidades na área das relações entre as pessoas e a natureza. A não procurar um desenvolvimento egoísta e de exploração da dignidade do ser humano e de espoliação da natureza do meio ambiente, exortando-os a ler a encíclica papal sobre a ecologia, que, dentro de dias, será publicada.
Ao pedir à Igreja a bênção para as suas pessoas e os seus cursos, agora finalizados, mostraram que querem construir as suas vidas e desempenhar as mais variadas profissões e missões, baseados em fundamentos mais sólidos e seguros que o dinheiro, os vencimentos chorudos, os bons empregos. No evangelho ouviram o conselho de Jesus, para construirmos a nossa casa, o nosso futuro sobre a rocha, e não sobre a areia da mentira, da injustiça, da corrupção, da exploração da natureza e das pessoas, sem respeito pela sua beleza e dignidade.
A rocha é a verdade, o amor, personificados na pessoa de Jesus Cristo. É o bem dos outros, o tornar o mundo e a convivência humana mais bela, harmoniosa, respirável, baseada no respeito e na confiança mútua, na solidariedade, na entreajuda.
Ao mesmo tempo, usando palavras de S. Paulo, exortava-os a ser agradecidos a todos os que contribuíram para a sua formação, professores, funcionários e famílias e a por o amor, que é o laço da perfeição, acima de tudo.
2. A internet ao serviço da formação
Nesta bênção participaram alunos de um curso novo, muitos dos quais se encontravam pela primeira vez em Beja. Trinta e um finalistas do curso de solicitadoria, todo ele dado e frequentado pela internet, com exceção do exame oral, importante para os professores verificarem se os alunos compreenderam as matérias sem recurso ao plágio na internet, como me dizia um dos professores.
Nesta bênção participaram alunos de um curso novo, muitos dos quais se encontravam pela primeira vez em Beja. Trinta e um finalistas do curso de solicitadoria, todo ele dado e frequentado pela internet, com exceção do exame oral, importante para os professores verificarem se os alunos compreenderam as matérias sem recurso ao plágio na internet, como me dizia um dos professores.
Assim muitos alunos, já na vida ativa e com família constituída, puderam formar-se numa área da sua escolha, sem ter de abandonar os seus empregos e as suas famílias. Estes finalistas convidaram-me para partilhar a sua refeição. Com os seus familiares e amigos eram mais de duzentas pessoas, vindas de todo o país, do norte às ilhas, que pareciam velhos amigos, conhecedores das capacidades e profissões uns dos outros.
Uma vez mais fui confirmado nos benefícios da internet, usada para transmitir conhecimentos e capacidades e habilitar pessoas a serem elementos válidos para o desenvolvimento da sociedade, ao mesmo tempo que lhes confere um grau de satisfação elevado, pois puderam aprofundar áreas de que gostavam, mas que sem a internet não teriam conseguido.
Convidado a abençoar estes e outros finalistas, também eu agradeci a Deus e ao Instituto Politécnico de Beja, numa altura de crise económica, que se reflete nas escolas e nas famílias, ter sido criativo e útil à sociedade desenvolvendo processos de aprendizagem mais económicos e acessíveis aos portugueses espalhados pelo território português e pelo mundo.
Também nós na Igreja precisamos de sistematizar os nossos recursos, para desenvolver as capacidades de participação de todos na vida da Igreja e da nossa diocese. Alguns dicastérios da Cúria romana já funcionam com este recurso da internet, mas ainda precisa de ser ajustado às diferentes realidades dos diversos continentes e países. Isto para não falar da realidade na diocese, onde a comunicação pode ser ainda muito melhorada, de modo a torná-la eficaz, bem como a informatização dos nossos processos. Desenvolvemos ferramentas de intercomunicação, mas, porque poucos as usam, tornam-se ineficazes. Sabemos que os recursos informáticos, sem o uso adequado ao nosso ministério e em rede, são esbanjamento de tempo e de dinheiro, de que teremos de dar contas a Deus e ao povo para que fomos chamados e enviados.
Nunca usei a informática para brincar com jogos, mas sempre para o trabalho. Mas gostaria de sistematizar esses recursos e por tudo a serviço da missão eclesial, em função dos objetivos pastorais que formulamos nos nossos planos diocesanos, cuja aplicação no concreto das nossas vidas em muitos aspetos não se realiza. Oxalá o Sínodo diocesano, que vai entrar no seu quarto e último ano, nos ajude a recuperar algumas das potencialidades destes meios, ao alcance de todos, mas com aplicação e esforço de todos.
† António Vitalino, bispo de Beja
Nota semanal em áudio:
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