
Manifestação junto ao Parlamento
Mais de meia centena de pessoas responderam à iniciativa de organizações de judeus portugueses e israelitas manifestando-se hoje, dia 27 de maio, junto às escadarias da Assembleia da República, em Lisboa, para acusar o Estado de Israel de genocídio nos territórios palestinianos, exigir o fim da venda de armas a Israel e do acordo de comércio UE-Israel, bem como pedir a celebração de um cessar-fogo imediato.
A manifestação, convocada, entre outras, pelas associações Judeus pela Paz e pela Justiça (JPJ) e Israelitas pela Pressão Internacional (IPI), decorreu em simultâneo com iguais manifestações realizadas em outras em 12 cidades de países da União Europeia (UE) sob o lema “No Business as Usual With Israel” [fim à normalidade da relação com Israel], e visou denunciar a “cumplicidade europeia com os crimes de guerra de Israel” e pressionar os governos da União Europeia a tudo fazer para “acabar com o genocídio do povo palestino”.
Em declarações à agência Lusa, Liad Hollender, da IPI, frisou que a manifestação foi organizada “por israelitas muito preocupados, horrorizados, pelo que está a passar-se em Gaza e contra o atual governo de Benjamim Netanyahu”. Hollender é natural de Haifa, onde nasceu há 43 anos, e mora em Portugal há 14.
Outro manifestante, Alan Stoleroff, responsável da JPJ, equiparou o que Israel faz nos territórios palestinianos ao que a Rússia faz na Ucrânia, sustentando que Telavive tem em curso “uma operação especial militar” que já se constituiu “como um genocídio”. Do seu ponto de vista, está claro aos olhos de todos que “Netanyahu não pretende acabar com essa operação até, como dizem explicitamente os seus ministros dos dois ou três grupos de partidos da extrema, extrema-direita, conseguirem a expulsão definitiva dos palestinianos da Faixa de Gaza”. Stoleroff, 71 anos, é natural de Brooklyn, nos Estados Unidos, e vive em Portugal há cerca de 45.
“Estão a utilizar a arma da fome para pressionar a população civil da Palestina, sejam simpatizantes do Hamas, ou não. É absolutamente ilegal, imoral, algo sem precedentes”, afirmou Stoleroff, defendendo que o movimento global de judeus contra o governo de Netanyahu “mina a legitimidade do Estado de Israel ao pretender falar e atuar em nome de todos os judeus e israelitas do mundo”.
A manifestação contou também com cartazes a denunciar a atuação do Governo israelita e com palavras de ordem como “parem o genocídio”, “judeus pela paz e pela justiça”, “igualdade para todos” ou “suspender o acordo de associação Israel-UE”. A organização entregou uma carta aberta aos partidos representados no Parlamento a denunciar a postura israelita nos territórios ocupados.
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