
CMI sobre os três anos de guerra
Ao chegar ao terceiro aniversário da invasão em larga escala da Ucrânia pela Rússia, sem que haja “sinais imediatos de um fim” da guerra, o secretário-geral do Conselho Mundial das Igrejas (CMI), Jerry Pillay veio a público reiterar o apelo a um cessar-fogo imediato e a negociações com vista a uma paz “justa e sustentável”.
Em comunicado, o CMI destaca a “futilidade” desta guerra e lamenta “o enorme custo de vidas entre civis e muitas crianças e refugiados”. “A infraestrutura civil essencial, incluindo escolas, hospitais e abastecimento de água, foi danificada ou destruída, frequentemente em ataques direcionados”, afirma aquela organização de igrejas cristãs.
Perante os crimes de guerra e os crimes contra a humanidade que a acompanharam, bem como o incessante número de vidas, comunidades e esperanças destruídas, Jerry Pillay declara: “Apelamos uma vez mais ao diálogo e às negociações para garantir uma paz justa e sustentável”, explicando, de seguida, o alcance desse apelo: “o CMI acolhe qualquer esforço legítimo que genuinamente busque uma paz sustentável na região, sem simplesmente recompensar a agressão que foi perpetrada e a violação de tantos princípios do direito internacional estabelecidos após a Segunda Guerra Mundial para proteger os vulneráveis contra as depredações dos poderosos.”
Indo mais longe, a posição do Conselho Mundial das Igrejas alerta que “minar o estado de direito dessa forma não seria senão um convite a mais agressões”. “Além disso, a legitimidade de qualquer processo de paz depende, em última análise, da inclusão da vítima dessa agressão na mesa de negociações e tomada de decisões”, acrescentou o dirigente da organização religiosa, em referência a movimentações recentes desencadeadas pela nova administração de Trump, nos Estados Unidos da América.
“Rezamos por um cessar-fogo imediato, unidade cristã contra a violência e a injustiça, e pela paz à qual nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo nos chama”, disse ainda Jerry Pillay.
Neste sábado e domingo, várias manifestações, promovidas nomeadamente pela Associação dos Ucranianos em Portugal e com o apoio da Amnistia Internacional, irão reclamar o fim da invasão e pedir uma paz justa. Em Lisboa, a manifestação será domingo, a partir das 16h, no Rossio. Uma petição no mesmo sentido está disponível na página da Amnistia.
(Foto de destaque: Milhares de bandeiras ucranianas na Maidan Nezalezhnosti [Praça da Independência], em Kyiv, na Ucrânia, em memória dos que perderam a vida desde a invasão do país pela Rússia em fevereiro de 2022. Atrás das bandeiras, uma placa diz: “Ucranianos mortos por Putin”. Foto © Albin Hillert/LWF)
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