“Neste mundo órfão, senti-lo Pai”
Angelus, 26.02.2017, captura de tela CTV |
“Estou corajoso porque eu confio no meu Pai que cuida de tudo e que
me ama muito” disse o Papa Francisco que presidiu a oração do Angelus na
Praça de S. Pedro, este domingo dia 26 de Fevereiro de 2017 às 12 horas
de Roma, na presença de 30 000 pessoas provenientes de diversos cantos
da Itália e do mundo.
“A página evangélica de hoje (cf. Mt 6,24-34), é um forte chamamento à
ter fé em Deus, que cuida de todos os seres viventes na criação »,
disse o Papa antes do Angelus : “Ele procura alimento para todos os
animais: se preocupa dos lírios e da erva do campo; o seu olhar benéfico
e solícito vigia quotidianamente sobre a nossa vida (…) que se
desenvolve sob o sobressalto de tantas preocupações que diariamente nos
afligem e que correm o risco de privar-nos daquela serenidade e
equilíbrio. Mas essa ansiedade é muitas vezes inútil, porque ele não
pode mudar o curso dos acontecimentos.”
“Jesus, comentou o Papa, exorta-nos com insistência a não
preocuparmo-nos do amanhã (…), recordando-nos que por de cima de tudo
existe um Pai que nos ama e não se esquece nunca dos seus filhos:
entregar-se a Ele não resolve certamente de forma mágica os nossos
problemas, mas permite-nos de enfrentar os problemas com o ânimo justo,
corajosamente: estou corajoso porque eu confio no meu Pai que cuida de
tudo e que me ama muito.”
“Deus não é um ser que está longe e anónimo, continuou o Papa: é o
nosso refúgio, a fonte da nossa serenidade e da nossa paz. É a rocha da
nossa salvação sobre a qual podemos apoiar na certeza de não cairmos; é a
nossa defesa contra o mal sempre às espreitas.”
Pelo Papa, “Deus é para nós o grande amigo, o aleado, o Pai, mas nem
sempre damo-nos conta disso. Preferimos apoiar-nos a bens imediatos que
podemos tocar, a bens contingentes esquecendo e às vezes recusando, o
bem supremo, isto é o amor paterno de Deus. Senti-lo como Pai, nesta
época de orfandade é muito importante! Neste mundo órfão, senti-lo Pai.
Nós nos afastamos do amor de Deus quando andamos na procura obsessiva
dos bens terrenos e das riquezas, manifestando assim um amor exagerado a
esta realidade.”
O Papa recordou uma regra evangélica fundamental dada por Jesus:
“Jesus nos diz que esta busca frenética e ilusória é fonte de
infelicidade. E Ele dá aos seus discípulos uma regra fundamental:
“Procurai primeiro o reino de Deus e a sua justiça e tudo o mais vos
será dado por acréscimo” (v. 33). Trata-se de realizar o projecto que
Jesus anunciou no Discurso da montanha, confiando-se em Deus que nunca desilude.”
Os batizados são chamados, afirmou Papa Francisco, “a tudo fazer
para ser administradores fiéis dos bens que Deus nos deu, incluindo os
bens terrenos, mas evitando aquela frenesia que nos leva a agir como se
tudo, inclusive a nossa salvação, dependesse unicamente de nós”.
O Papa convidou os fiéis a uma opção fundamental clara, apesar de
tentações: “Esta atitude evangélica requer uma opção clara que o texto
do Evangelho deste domingo indica com precisão: vós não podeis servir a
Deus e ao dinheiro. Ou o Senhor ou os ídolos fascinantes mas ilusórios.
Esta opção que somos chamados a realizar se manifesta em todos os nossos
actos, programas e empenhos. Trata-se de uma opção que deve ser feita
de maneira firme, clara e constantemente renovada, já que as tentações
de reduzir tudo ao dinheiro, ao prazer e ao poder estão sempre às
espreitas. Existem muitos tentação para este.”
O Papa destacou a fidelidade de Deus: “Esta é uma decisão que é
tomada na esperança e que deixa a Deus a plena realização. A esperança
cristã nos orienta ao cumprimento futuro das promessas de Deus e não se
arresta perante as dificuldades pois é fundada sobre a fidelidade a
Deus, que nunca nunca falha. Ele é fiel, é um pai fiel, ele é um amigo
fiel, um aliado fiel.”
“Que a virgem Maria, nos ajude a entregarmo-nos ao amor e à bondade
do Pai celeste, a viver Nele e com Ele. Este é o pré-requisito para
superar os tormentos e adversidades da vida, e até mesmo perseguição,
como demonstrado pelo testemunho de tantos dos nossos irmãos e irmãs”,
concluiu o Papa Francisco antes de rezar o Angelus.
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