Saudação do Cardeal Tarciso Bertone em sua chegada à capelinha das aparições em Fátima
Fátima, 14 de Outubro de 2013
Apresentamos o discurso de saudação do Cardeal Tarciso
Bertone em sua chegada à capelinha das aparições em Fátima, neste
sábado, 12 de Outubro.
Venerado Senhor Bispo de Leiria-Fátima,
Prezados Irmãos no Episcopado e no Sacerdócio,
Devotados servidores e animadores do Santuário,
Queridos peregrinos!
A todos saúdo fraternalmente em Cristo, desejando a cada um a graça
de abrir de par em par o coração a Nossa Senhora, «recebendo-A em sua
casa» dentro dos próprios problemas ou aflições, com a vontade firme e
constante de caminhar para Deus. Pela minha parte, quero agradecer o
convite e o acolhimento recebidos. Venho aqui para, convosco, adorar a
Trindade Santa na sua omnipotência e misericórdia; agradecer o conforto e
a consolação divina à Igreja que sofre; professar a nossa fé comum;
levantar os braços em prece pelo futuro de toda a humanidade; e enfim,
na e pela nossa consagração, renovar, com todos vós, a consagração do
mundo ao Coração Imaculado de Maria, em união com o Papa Francisco.
O Papa Francisco envia-vos a sua Bênção e pede as vossas orações por
ele. É impressionante, neste lugar, ver como o coração dos três
Pastorzinhos bate em uníssono com o coração da Igreja, como amam o Papa,
cujos sofrimentos tinham pressentido naquele misterioso cortejo do
chamado Segredo de Fátima! Lá estava a Igreja inteira com o Papa à
frente e os bispos, com os sacerdotes, religiosos e religiosas, com os
leigos e leigas, homens e mulheres de todas as condições sociais e graus
de cultura… subindo uma montanha escarpada no cimo da qual se erguia
uma grande Cruz. Um cortejo que acaba em martírio, mas o sangue
derramado é recolhido pelo Céu e transformado em refrigério para a
humanidade.
Apesar do seu cabal cumprimento no século XX [vinte], aquele cortejo é
uma profecia para todos os tempos. Não terminou o mal da incredulidade;
não deixou de correr o sangue dos mártires. Este é o sangue da
redenção. O próprio Filho de Deus Se ofereceu para sofrer a morte,
porque a sua morte era necessária para que a vida não morresse. Assim
foi com Cristo; assim será com a Igreja subindo a montanha, unida em
todos os seus membros, para se abraçar à Cruz.
Aquilo que move o coração dos mártires não é a dor, mas o amor.
Fátima é um apelo ao amor. Olhando o exemplo e confiando na intercessão
dos Beatos Francisco e Jacinta e da Serva de Deus Irmã Lúcia,
ofereçamo-nos para aceitar as provações que o Senhor nos envia, certos
de que a graça de Deus será sempre o nosso conforto (cf. Aparição de Maio de 1917).
Segundo a conhecida parábola evangélica, a história será, até ao fim, o
campo onde medram juntos o trigo e o joio; poderíamos dizer: a graça e o
pecado.O mundo do futuro – este mundo novo que penosamente vai nascendo
na era da globalização – precisa do tesouro da fé, que os cristãos, há
dois mil anos, se esforçam por viver e transmitir. Nesta Jornada Mariana
do Ano da Fé, entreguemo-nos a Maria para, não obstante a nossa
fragilidade, sermos a luz da terra e o sal do mundo.
Nossa Senhora de Fátima, Mãe da Igreja e Mãe da nossa fé, dirijo-me
confiadamente a Vós para vos pedir, com o Papa Francisco, «semeai, na
nossa fé, a alegria do Ressuscitado. Recordai-nos que quem crê nunca
está sozinho. Ensinai-nos a ver com os olhos de Jesus, para que Ele seja
luz no nosso caminho. E que esta luz da fé cresça sempre em nós até
chegar aquele dia sem ocaso que é o próprio Cristo, vosso Filho, nosso
Senhor» (Encíclica Lumen fidei, 60). Amen.
in
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