Em Buenos Aires, o arcebispo superou a burocracia e recomendou ao baptizado que não se esquecesse das suas raízes judaicas
Roma, 17 de Outubro de 2013
Nosso leitor Eduardo Rivero compartilha com ZENIT um
episódio da vida do cardeal Bergoglio em Buenos Aires, acontecido com
seu amigo portenho que temos a honra de apresentar neste relato.
Eduardo, sua esposa, seu filho e sua filha viviam no Canadá fazia
três anos, por motivos de trabalho. Decidiram baptizar a filha na
Argentina e queriam que o padrinho fosse Federico, o cunhado de Eduardo.
Quando lhe fizeram o convite, Federico respondeu que seria uma honra,
mas que antes precisava ele próprio ser baptizado. A família da esposa
de Eduardo é judaico-católica: a mãe é judia e o pai é católico. Os pais
sempre deram aos filhos a opção de escolher sua religião.
A esposa de Eduardo, assim, escolheu a fé católica; a irmã, Carolina,
optou pela religião judaica. O irmão, Federico, sempre esteve mais
próximo do catolicismo, mas nunca se baptizou.
O convite a ser padrinho da sobrinha se transformou para Federico
numa boa oportunidade para enfim receber o próprio baptismo. Ele começou a
se informar em várias igrejas e todas lhe pediam cursos ou trâmites
burocráticos. Federico ligou para a irmã e para o cunhado e lhes
agradeceu por terem-no escolhido como padrinho da filha, mas relatou as
travas que tinha encontrado e contou que não pôde se baptizar.
Considerando o pouco tempo que faltava para o baptismo da bebé, seria
impossível o baptismo dele próprio.
Eduardo relata que a esposa, não se resignando, decidiu telefonar
pessoalmente para a arquidiocese de Buenos Aires e tentar conversar com
Bergoglio, então cardeal da capital argentina. Foi por volta do dia 15
de Novembro de 2012. Ela conseguiu falar com a secretária de Bergoglio,
que ouviu toda a história atenciosamente e garantiu que a transmitiria
ao cardeal. Quinze minutos mais tarde, tocou o telefone. “Era o próprio
arcebispo, ligando para perguntar como poderia ajudar. Nós não o
conhecíamos, nem ele nos conhecia, mas ele nos ligou”, relembra Eduardo.
Sua esposa contou ao cardeal a história da família e Bergoglio
afirmou que seria uma alegria baptizar Federico ainda naquele sábado, na
catedral portenha.
"Quando Bergoglio terminou o baptizado, ele pediu a Federico que
jamais se esquecesse das suas raízes judaicas. O cardeal também se
ofereceu para baptizar a menina", conta Eduardo.
Para o baptismo da pequena, "o cardeal veio da sua casa até a igreja
de São Martinho de Tours, num sábado à tarde, especialmente para baptizar
a nossa filha, sem nos conhecer e com a humildade de um grande homem".
in
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