
Vaticano expressa satisfação
O Papa Leão XIV fez a sua primeira nomeação de um bispo chinês, no âmbito do acordo provisório estabelecido em 2018 entre a Santa Sé e a República Popular da China. Trata-se de Joseph Lin Yuntuan, novo auxiliar de Fuzhou, que tomou posse e foi “reconhecido para efeitos civis” também pelas autoridades chinesas nesta quarta-feira, 11 de junho.
No mesmo dia, o Vaticano fez questão de expressar a sua “satisfação” com aquele que considera ser “mais um fruto do diálogo entre a Santa Sé e as autoridades chinesas e um passo importante no caminho de comunhão da Diocese”.
Já nesta quinta-feira, 12 de junho, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, afirmou que “nos últimos anos, a China e o Vaticano mantiveram uma comunicação fluida e fortaleceram a confiança mútua por meio de um diálogo construtivo” e assegurou que “a China está disposta a trabalhar com o Vaticano para continuar a promover a melhoria contínua das relações”.
Joseph Lin Yuntuan, 73 anos, é originário de Fuqing (província de Fujian, no sudeste da China). De 1979 a 1983, frequentou o Seminário Diocesano de Fuzhou e foi ordenado padre em 1984. Nos anos seguintes, esteve responsável por diversas paróquias, lecionou no Seminário diocesano e foi vice-diretor da Comissão econmica diocesana, além de delegado episcopal. De 2003 a 2007, ocupou o cargo de administrador diocesano, e depois, até 2013, colaborou como delegado com o administrador apostólico da circunscrição. De 2013 a 2016, foi o administrador apostólico ad nutum Sanctae Sedis. Recebeu a ordenação episcopal em 28 de dezembro de 2017, então como parte da Igreja clandestina leal a Roma.
Desde a assinatura do acordo provisório entre a Santa Sé e a China, renovado pela terceira vez em outubro de 2024, houve 12 nomeações episcopais na China, com diferentes níveis de coordenação entre as duas partes.
Recorde-se que as relações diplomáticas entre a China e a Santa Sé terminaram em 1951, após a expulsão de todos os missionários estrangeiros, muitos dos quais se refugiaram em Hong Kong, Macau e Taiwan.
Em 1952, o Papa Pio XII recusou a criação de uma Igreja chinesa, separada da Santa Sé (Associação Patriótica Chinesa) e, em seguida, reconheceu formalmente a independência de Taiwan, onde o núncio apostólico (embaixador da Santa Sé) se estabeleceu depois da expulsão da China.
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