
Polémica sobre propriedade
7MARGENS | 27/06/2025
O secretário-geral do Conselho Mundial de Igrejas (CMI) foi mandatado pelo comité central da organização para diligenciar formalmente junto do Presidente do Egito no sentido de se chegar a um “acordo claro e vinculativo” que reconheça o direito e o título do Mosteiro de Santa Catarina, na península do Sinai, sobre o local em que está implantado desde meados do século V.
Aquele comité solicitou também ao secretário-geral que interaja com a UNESCO no sentido da “proteção do Mosteiro – e do seu caráter monástico cristão – como património mundial”.
Esta preocupação com o presente e futuro da instituição, dos seus edifícios e do solo em que estão implantados decorre de uma decisão judicial que reconhece o Estado egípcio como proprietário de todas as partes do terreno, incluindo o próprio Mosteiro Sagrado”, dizem os responsáveis do CMI.
Em consequência, os monges que ali têm estado ininterruptamente instalados desde há cerca de 1.500 anos tornaram-se agora “inquilinos do seu mosteiro” e passaram a viver numa situação considerada de precariedade, uma vez que a permanência depende de uma autorização de residência anual, que as autoridades egípcias podem decidir não renovar a qualquer momento.
O Mosteiro de Santa Catarina, uma comunidade monástica autónoma espiritualmente ligada ao Patriarcado Ortodoxo Grego de Jerusalém, está localizado no sopé do Monte Sinai, na Península do Sinai, Egito, sendo considerado um dos mais antigos mosteiros cristãos do mundo permanentemente habitados. Foi construído entre 548 e 565, por ordem do imperador bizantino Justiniano I. Foi reconhecido como património mundial em 2002, por ser um “tesouro único do cristianismo mundial”.
As pressões e ameaças vindas do governo egípcio tiveram início em 2012, quando as autoridades começaram a reivindicar a propriedade dos terrenos do Mosteiro. Segundo fontes ortodoxas, as negociações entretanto havidas foram consideradas construtivas, até que surgiu, em 28 de maio deste ano, a decisão judicial.
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