Tomada de posição nacional e apartidária
Pais e Famílias expressam o seu genuíno desacordo
No dia 24 de Fevereiro realizou-se uma
marcha silenciosa que ocorreu em simultâneo em cinco cidades do país, Braga, Viana do Castelo, Porto, Lisboa e
Faro, cujo objetivo era exigir “a libertação da escola pública do jugo da
doutrina de género”.
Recordemos que as
Associações dos Médicos Católicos Portugueses e dos Juristas Católicos, já manifestaram
“viva oposição ao recém-aprovado projeto de lei relativo à implementação nas
escolas do ‘direito à identidade de género e de expressão de género’”, falando
em “imposições ideológicas”.
“Acompanhamos com
proximidade e compaixão o sofrimento de crianças e jovens com disforia de
género e repudiamos os comportamentos discriminatórios e humilhantes que estes
experimentam. É para eles que dirigimos o nosso olhar. Porém, repudiamos
igualmente que o Estado imponha, como verdade oficial e indiscutível, os
pressupostos da ideologia do género como resposta única a essas situações”.
A Associação de
Juristas Católicos (AJC) e a Associação dos Médicos Católicos Portugueses
(AMCP) defendem que “não há ‘atribuição de sexo à nascença’, já que a medicina
verifica e certifica o sexo do bebé e pode fazê-lo muito antes do nascimento,
ora por imagem, ora por estudo cromossómico”, afirmando que “o uso dessa
expressão é uma maquilhagem linguística que visa um propósito ideológico”.
Para a AJC e a
AMCP, esta é “uma lei que defende ideias sem qualquer evidência científica”,
dizendo que “o corpo não é um acessório, antes faz parte da totalidade de cada
ser humano” e que “a identificação com um género é muito mais um
reconhecimento, descoberta e aceitação do que uma escolha ou uma
autodeterminação”.
Na nota com o
título “Por uma escola livre se imposições ideológicas”, os Juristas e os
Médicos Católicos reafirmam que “os
pressupostos nada têm de científico” e que “são próprios de uma opção
ideológica”.
“Negam as
evidências factuais e objetivas. A ideia prevalece sobre a realidade e conduz a
opções contrárias ao mais elementar bom senso, nomeadamente a frequência de
balneários e instalações sanitárias de acordo com o género escolhido, e não de
acordo com o sexo”.
As associações
dos Médicos e dos Juristas Católicos salientam que “não existe uma sustentação
científica da segurança e eficácia da designada ‘transição de identidade de
género’” e que “o pressuposto de que as crianças com disforia de género que não
percorrem o caminho da ‘transição de género’ estão com maior risco de suicídio,
carece de evidência científica”.
“Já por várias
vezes o magistério da Igreja Católica se pronunciou contra a ideologia do
género por contrariar a visão bíblica da bondade do corpo humano como dimensão
intrínseca da pessoa e da bondade da dualidade e complementaridade dos dois
sexos. Também não nos parece que corresponda ao bem das crianças e jovens
levá-los a hostilizar o seu corpo (como se tivessem nascido no “corpo errado”)
ou alimentar a ilusão de que podem ‘mudar de sexo”.
Os Juristas e os
Médicos Católicos reiteram que “numa sociedade livre e democrática, ideologias
como a ideologia do género, ou quaisquer outras, podem e devem ser objeto de
debate”, contudo “não podem é ser
impostas como verdades oficiais, através do sistema de ensino”.
Finalmente,
acresce a inoportunidade de uma lei tão controversa ser aprovada por um
conjunto de deputados prestes a serem substituídos.
Não deixa de ser
estranhamente curioso que os candidatos às eleições
legislativas de 10 de março, não tenham sequer abordado nos seus programas este
flagelo que tem grassado na nossa sociedade.
Uns
apresentam a lei, outros aprovam, e outros muito céleres apressam a sua
implementação, de forma tão camuflada que quase não damos por isso. Mas,
infelizmente, os efeitos nefastos já se fazem sentir e são irreversíveis.
Resta-nos aguardar que o resultado das eleições que se avizinham tragam no seu seio elementos com discernimento e conhecimento da dignidade de que o Ser Humano é portador e o reconhecimento do que será justo e oportuno para uma sociedade equilibrada, na medida em que a sua base, a Família, seja protegida, defendida e abençoada.
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