Páginas

terça-feira, 20 de outubro de 2020

China mata membros de minorias religiosas para lhes retirar órgãos para transplantes, acusa TPI

 | 29 Set 19

Imagem extraída de um vídeo do “Wall Street Journal” sobre os campos de concentração da minoria muçulmana de etnia uigur

Um relatório do Tribunal Penal Internacional (TPI) que acusa a China de estar a matar membros de minorias religiosas para lhes retirar os órgãos e, com isso, alimentar o negócio dos transplantes foi entregue nesta última semana no Conselho dos Direitos Humanos da ONU. O documento confirma aquilo que até agora não passava de rumores, referindo expressamente membros de grupos religiosos como a Falun Gong ou os muçulmanos de etnia uigur.

De acordo com a investigação, vários membros destes grupos estão a ser mortos, para depois recolher e utilizar os órgãos para transplantes, refere a Renascença.

A investigação foi realizada por uma comissão do TPI liderada por Geoffrey Nice. Este procurador do Tribunal Penal Internacional para os crimes cometidos na antiga Jugoslávia liderou também a acusação contra Slobodan Milosevic, o antigo ditador daquele país, que morreu antes de ser julgado.

O advogado Hamid Sabi, que apresentou o relatório, afirmou que a investigação concluiu existirem provas de “crimes contra a humanidade” tendo os membros da Falun Gong como alvo, ao longo de pelo menos 20 anos. Os presos eram “mortos por encomenda”, afirmou, e “abertos ainda vivos para colher rins, fígados, corações, pulmões, córneas e pele que eram transformados em bens para venda”.

“Isto está a acontecer na China”, denunciam estes manifestantes. A investigação do Tribunal penal Internacional acusa a China de matar membros de grupos religiosos como a Falun Gong e os muçulmanos uigures para extrair órgãos para transplantes. Foto: Direitos reservados


A investigação concluiu também que os mesmos crimes terão sido cometidos, embora em menor escala, contra uigures, tibetanos e cristãos de diferentes comunidades. Para o advogado, as provas deveriam levar à obrigação legal da comunidade internacional agir para acabar com a prática, equiparada por ele a genocídio.

O Governo de Pequim nega as acusações, dizendo que o Conselho dos Direitos Humanos da ONU está a “perpetuar boatos”.

No caso dos uigures, ainda recentemente a China foi acusada de estar a enviar mais de um milhão de muçulmanos dessa etnia para “campos de reeducação”, como o 7MARGENS já noticiou.

Apesar das críticas retóricas de vários governos, não há indícios de que a situação se tenha alterado.




Sem comentários:

Enviar um comentário