Um relatório do Tribunal Penal Internacional (TPI) que acusa a China de estar a matar membros de minorias religiosas para lhes retirar os órgãos e, com isso, alimentar o negócio dos transplantes foi entregue nesta última semana no Conselho dos Direitos Humanos da ONU. O documento confirma aquilo que até agora não passava de rumores, referindo expressamente membros de grupos religiosos como a Falun Gong ou os muçulmanos de etnia uigur.
De acordo com a investigação, vários membros destes grupos estão a ser mortos, para depois recolher e utilizar os órgãos para transplantes, refere a Renascença.
A investigação foi realizada por uma comissão do TPI liderada por Geoffrey Nice. Este procurador do Tribunal Penal Internacional para os crimes cometidos na antiga Jugoslávia liderou também a acusação contra Slobodan Milosevic, o antigo ditador daquele país, que morreu antes de ser julgado.
O advogado Hamid Sabi, que apresentou o relatório, afirmou que a investigação concluiu existirem provas de “crimes contra a humanidade” tendo os membros da Falun Gong como alvo, ao longo de pelo menos 20 anos. Os presos eram “mortos por encomenda”, afirmou, e “abertos ainda vivos para colher rins, fígados, corações, pulmões, córneas e pele que eram transformados em bens para venda”.
A investigação concluiu também que os mesmos crimes terão sido cometidos, embora em menor escala, contra uigures, tibetanos e cristãos de diferentes comunidades. Para o advogado, as provas deveriam levar à obrigação legal da comunidade internacional agir para acabar com a prática, equiparada por ele a genocídio.
O Governo de Pequim nega as acusações, dizendo que o Conselho dos Direitos Humanos da ONU está a “perpetuar boatos”.
No caso dos uigures, ainda recentemente a China foi acusada de estar a enviar mais de um milhão de muçulmanos dessa etnia para “campos de reeducação”, como o 7MARGENS já noticiou.
Apesar das críticas retóricas de vários governos, não há indícios de que a situação se tenha alterado.
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