A Igreja está convicta de que o desenvolvimento integral e a via do bem que a família humana é chamada a percorrer
(Osservatore © Romano) |
(ZENIT – Cidade do Vaticano).- Desenvolvimento integral é integrar no
desenvolvimento a economia, finanças, trabalho, cultura, vida familiar,
religião. É como uma orquestra que toca bem se os seus diversos
instrumentos estiverem bem afinados e se seguem uma pauta partilhado
entre todos.
O indicou o Papa Francisco ao recebeu nesta terça-feira em audiência
na Aula Nova do Sínodo, os participantes no Congresso internacional
sobre os 50 anos da publicação da encíclica do Papa Paulo VI,“Populorum Progressio”.
A encíclica na qual o beato Paulo VI apresentou o desenvolvimento
como “o novo nome da paz”, completou 50 anos no último dia 26 de março. E
o congresso também foi organizado para apresentar o novo Dicastério
para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral (Santa Sé), guiado
pelo cardeal Peter Turkson.
Foi o Papa Montini quem sublinhou naquela encíclica o significado de
“desenvolvimento integral” e que propôs a fórmula: “desenvolvimento de
todos os homens e do homem todo”, lembrou o Papa.
O que significam, então, estes conceitos para o futuro próximo? –
perguntou o Papa que convidou a examinarem juntos alguns aspectos:
integrar os diversos povos da terra, oferecer modelos praticáveis de
integração social; integrar no desenvolvimento todos os elementos que o
tornam realmente tal; integrar a dimensão individual e comunitária;
integrar corpo e alma.
Para o desenvolvimento integral, se trata de integrar os diversos
povos da terra. “O dever de solidariedade nos obriga a buscar
modalidades justas de compartilha, para que não exista a dramática
desigualdade entre quem muito tem e nada tem, entre quem descarta e que é
descartado. Somente o caminho da integração entre os povos permite à
humanidade um futuro de paz e de esperança”, disse.
Isto é um direito e um dever. É o princípio de subsidiariedade e
requer o contributo de todos, individualmente e como grupos, se queremos
criar uma convivência humana aberta a todos.
Integrar no desenvolvimento todos os elementos que o tornam
verdadeiramente tal, ou seja, economia, finanças, trabalho, cultura,
vida familiar, religião. É como uma orquestra que toca bem se os seus
diversos instrumentos estiverem bem afinados e se seguem uma pauta
partilhado entre todos.
Há ainda que integrar a dimensão individual e comunitária – pois que o
eu e a comunidade não são concorrentes entre si. O “eu pode amadurecer
só em presença de relações interpessoais autênticas e a comunidade é
geradora quando o são todos e singularmente os seus componentes. Isto
vale ainda mais na família que é a primeira célula da sociedade e em que
se aprende a viver juntos”.
“Integrar corpo e alma significa também que nenhuma obra de
desenvolvimento poderá alcançar realmente o seu fim se não respeitar o
local em que Deus está presente em nós e fala ao nosso coração”,
precisou.
E convidou a ver no facto de Deus se ter feito homem, o verdadeiro
significado de desenvolvimento integral, isto é um desenvolvimento que
não negligencia nem a Deus nem ao homem, porque assume toda a
consistência de ambos.
Para a Igreja, de modo especial, oferecer um desenvolvimento integral
significa não trair Deus nem o homem. “Neste sentido, o conceito de
pessoa, amadurecido no Cristianismo, ajuda a perseguir um
desenvolvimento plenamente humano. Porque pessoa remete sempre à
relação, não ao individualismo; afirma a inclusão e não a exclusão, a
dignidade única e inviolável e não a exploração, a liberdade e não a
coação.
O Papa concluiu lembrando que a Igreja está convicta de que o
desenvolvimento integral e a via do bem que a família humana é chamada a
percorrer. Por isso não se cansa de oferecer esta sabedoria e a sua
obra ao mundo.
in
Sem comentários:
Enviar um comentário