“O Espírito Santo é o anel de noivado que o Noivo celestial nos dá”. (A. J. Gordon). Senhor, sei que não me encontro só, que te tenho a Ti enquanto Pai, contudo, a minha aflição às vezes é enorme, porque não entendo o que de mim esperas, parecendo que me abandonaste. Ut videam! (Que eu veja!). Cada dia que passa, procuro aprofundar mais a minha fé, mantendo sempre viva a esperança. Recordo o que um sacerdote alguma vez referiu. “Procure manter e recordar o entusiasmo que agora sente, quando atravessar um período menos favorável. Nunca ponha em causa a sua fé, trata-se de um crescimento interior, é Deus que lhe pede algo mais”. Senhor, o baralho já mal se aguenta de pé! A cada dia é-me solicitado um novo esforço para entender o que pretendes de mim. Até quando esta incerteza?
Procuro no recôndito do meu coração abstrair-me destas inquietações, apesar de me sentir a caminhar sobre o tapete da dúvida, esperando que algo venha a acontecer. Nada se consegue sem algum esforço da nossa parte. Torna-se necessário colocar todos os mecanismos existentes ao nosso alcance, ou seja, a oração, a leitura espiritual, a participação em meios de formação e na Santa Missa. Coração, coração na Cruz. Senhor, recorda-Te que procuro ter os olhos colocados na vida eterna! Porém, faça-se, cumpra-se, a Vossa justíssima e amabilíssima Vontade. Concede-me, ainda, o dom da fortaleza. Sei que não costumas pedir mais do que o que humanamente se torna possível alcançar.
Enquanto escrevia estas palavras, veio-me à memória o Espírito Santo, fazendo-me recordar igualmente as ilhas dos Açores. Há largos anos, tive oportunidade de assistir às Festas do Divino Espírito Santo, ficando admirada com a fé, a devoção e o carinho que a população açoriana professa a um culto tão antigo, que remonta ao tempo do Rei D. Dinis e da Rainha Santa Isabel, o qual se mantém ainda em pleno vigor e bem vibrante. Acresce ainda, que a população emigrante proveniente dos Açores espalhou, um pouco por todo o mundo, este culto, bem como a tradição das diferentes celebrações em sua honra.
Recordo as palavras que o apóstolo São João escreveu: “Se alguém me ama, obedecerá à minha palavra. Meu Pai o amará, nós viremos e faremos nele a nossa morada. Aquele que não me ama, não obedece às minhas palavras…”. ”Tudo isto vos tenho dito, enquanto ainda estou convosco. Mas o Conselheiro, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e fará que recordeis tudo o que vos disse”.
É tão bonito saber que existe a comunhão dos santos, que se repercute, tal como os vasos comunicantes, ou seja, a pressão aplicada em qualquer ponto do fluido transmite-se sem alteração em todas as direções e em todos os pontos.
Quem sabe se o que escrevi logo no início deste artigo, não tinha a ver, inconscientemente, com um desejo, já há algum tempo sentido, dito por outras palavras, a vontade de escrever sobre o Espírito Santo e os seus sete dons: Sabedoria, Entendimento, Conselho, Fortaleza, Ciência, Piedade e Temor a Deus. No cântico da entrada da Missa do Espírito Santo, consta: “O amor de Deus encontra-se derramado nos nossos corações, pelo Espírito Santo nos foi dado”.
Também o Papa Bento XVI referiu: “Devemos viver segundo o Espírito da unidade e da verdade e por isso devemos pedir ao Espírito Santo que nos ilumine e nos guie para vencer o fascínio de seguir as nossas verdades e acolher a vontade de Cristo transmitida pela Igreja”.
Vinde Espírito Santo, enchei o coração dos vossos fiéis: acendei neles o fogo do Vosso amor e renovareis a face da terra.
Maria Helena Paes |
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