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sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Candeia que vai à frente…

Na passada terça-feira, fui-me confessar, como é hábito. Levava uma coisa para contar que sempre me chateia, mas também ia a contar com um conselho sábio para lidar com uma questão que também me aborrece. Que se danem os meus aborrecimentos, contando que não esteja a descarregar “más energias” (como se diz por aí) em quem mais gosto.
 
Como muitas vezes acontece, à entrada para o confessionário, sinto que levo um saco de pedras muito pesadas e, à saída, vejo que as pedras não eram assim tão pesadas e que, acima de tudo, leves ou pesadas, já não as levo comigo. Para além de todas as graças de Deus, tenho também a bênção de ter um confessor do melhor. Daqueles que descomplica as situações, simplifica as soluções e amplifica o nosso entendimento e o nosso horizonte.
 
Com tudo isto, fui convocada a escrever sobre o que me incomoda, talvez na tentativa de não levar nada tão a sério. É fácil não levar muito a sério as tribulações do 2º filho, da 3ª, do 4º e do 5º e do 6º nem se fala. O problema está em simplificar as vicissitudes do 1º. É tudo novo e como é que eu posso saber, com antecedência, que estas tropelias não lhe vão marcar o resto da vida?
 
É como no estudo! O meu primeiro filho, nas férias para o 3ºano, teve de estudar o corpo humano da cabeça aos pés! Dizia-se que o 3º ano era muito complicado. Coitado, passou alguns dias de volta do fígado, dos pulmões e, claro, do estôgamo…ou melhor, estômago! O segundo não estudou nada. Não estuda nada. Digo para mim própria, são tão novinhos, têm é de brincar!
 
Agora com o primeiro, não é nada fácil. Anda na fase das mentirinhas. Não assume o que faz. Uma amiga disse-me para eu lhe relembrar a história do Pedro e do lobo. Vou tratar disso. O meu confessor sugeriu, entre outras coisas, que escrevesse sobre o assunto. Entretanto, cá em casa, costumamos estabelecer os pontos de luta de cada um e, claro está, que o do primeiro é evidente. Evidentes são os de todos, porque, numa família numerosa, todos conhecem muito bem os pontos fracos uns dos outros.
 
De volta às mentirinhas, ele já percebeu, acho eu, que é muito melhor dizer a verdade. Aliás, o que é que uma mãe pode fazer se um filho chega a casa, mostra a caderneta e tem um recado da professora de inglês a dizer que o seu educando é falador e perturba as aulas? Para além de assinar, profere um pequeno discurso e recorda interiormente como também era faladora e se virava constantemente para trás para partilhar a última novidade do momento. Mau é quando o recado só me é mostrado tempos depois ou não é. Ou pior, se não se assume que se fez ou disse algo que presenciámos. Fico fula.
 
Confesso que estou em fase de aprendizagem e que tenho implicado seriamente o meu anjo da guarda no assunto, para evitar males maiores, mas não é fácil.
 
Calculo que, quando o segundo começar nesta fase, terei mais discernimento ou mais descontração para lidar com o tema, mas por agora, com o primeiro, mete-me os cabelos em pé! O que vale é que estão curtos!


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