A Igreja se constituiu sobre a base dos apóstolos como comunidade de fé, de esperança e de caridade
A Igreja se constituiu sobre a base dos apóstolos como comunidade de
fé, de esperança e de caridade. O Salmo que entoamos hoje nos convida a
darmos graças e louvores a Deus pela obediência dos seus apóstolos, que
sem medo, foram para o mundo e evangelizaram, “Seu som ressoa e se
espalha em toda a terra, chega aos confins do universo a sua voz”.
Entre esses 12, hoje a Igreja celebra São Filipe e São Tiago.
Sobre São Filipe, as notícias que temos acerca dele nos são
proporcionadas pelo Evangelho de João. Filipe era originário do mesmo
lugar que Pedro e André, quer dizer, de Betsaida (Jo 1:44). O Evangelho
de João conta que, depois de ser chamado por Jesus, Filipe se encontra
com Natanael e lhe diz: “Encontramos aquele de quem Moisés escreveu na
Lei e também os profetas: é Jesus de Nazaré, o filho de José” (Jo 1:45).
Diante da resposta bem céptica de Natanael (“De Nazaré pode sair coisa
boa?”), Filipe não se entrega e contra-ataca com decisão: “Venha, e você
verá” (Jo 1:46).
Com esta resposta concisa, porém clara, Filipe manifesta as
características principais da verdadeira testemunha: não se contenta em
propor a mensagem, como se fosse uma teoria, mas interpela directamente o
seu interlocutor convidando-o para que tenha uma experiência pessoal do
que anunciou. O apóstolo nos incentiva a conhecer Jesus de perto. De
fato, a amizade, a intimidade, o verdadeiro conhecimento do outro,
necessita de proximidade. Vemos que Filipe, não viu em Jesus só um
Mestre, mas também um Amigo, ou melhor, um Irmão.
Como poderíamos conhecê-lo a fundo se permanecemos afastados Dele? A
intimidade, a familiaridade, os hábitos nos fazem descobrir a verdadeira
identidade de Jesus Cristo. O mesmo que nos ensina o apóstolo Filipe. E
por isso nos convida a “ir”, a “ver”, quer dizer, a entrar num contacto
de escuta, de resposta e de comunhão de vida com Jesus a cada dia.
Segundo alguns relatos o nosso apóstolo de hoje, evangelizou primeiro
a Grécia e depois a Frígia, e ali morreu, em Hierápolis, com um
suplício que foi descritos como crucificação ou lapidação.
Para encerrar a reflexão sobre um pouco da vida de São Filipe, a
reflexão que nos fica é o objectivo que deve ter a nossa vida: encontrar
Jesus como Filipe e encontrou, tentando ver Nele o próprio Deus, o Pai
Celeste. “Se não fizermos este esforço, só veremos projectada a nossa
imagem como um espelho e estaremos cada vez mais sozinhos!” Já nos
lembrava o Papa Bento XVI em uma audiência em 2006.
Filipe nos ensina a deixar-nos conquistar por Jesus, a estar com ele e
a convidar também aos outros a compartilhar esta indispensável
companhia. E vendo e encontrando a Deus, encontremos a verdadeira vida.
Sobre São Tiago, Ele que nasceu em Caná, filho de Alfeu, e também escolhido por Cristo para ser uns dos 12 apóstolos.
Na Bíblia temos uma carta que leva seu nome. Trata-se de um escrito
bastante importante, que insiste muito na necessidade de não reduzir a
fé a uma mera declaração verbal ou abstracta, mas expressá-la
concretamente em obras de bem, “a fé sem obras é morta” (Tg 1:26).
O papa Bento XVI disse em 2006, que a informação mais antiga sobre a
morte de São Tiago nos é oferecida pelo historiador judeu Flávio Josefo,
conta que o fim de Tiago foi decidido de forma ilegítima pelo sumo
sacerdote Anano, filho de Anás, citado nos Evangelhos. Este aproveitou o
intervalo entre a destituição de um procurador romano (Festo) e a
chegada de seu sucessor (Albino) para decretar sua lapidação no ano 62.
Finalmente, a carta de Tiago convida-nos a colocar-mo-nos nas mãos de
Deus em tudo o que fazemos, pronunciando sempre as palavras: “Se o
Senhor quiser” (Tg 4:15). Ele nos ensina a não planear a nossa vida de
forma autónoma e interessada, mas deixar um espaço para a impenetrável
vontade de Deus, que sabe o que nos convém de verdade. Deste modo, Tiago
converte-se num mestre de vida sempre vivo para cada um de nós.
Que eles, os apóstolos e mártires São Filipe e São Tiago, interceda por nós!
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